segunda-feira, 1 de julho de 2019

PALAVRAS QUE CURAM

Texto Bíblico: Pv 15.4

“Uma pessoa delicada e amável no falar ajuda os outros a viver; quem é grosseiro e implicante desanima qualquer um” (BÍBLIA VIVA).

“As palavras bondosas nos dão vida nova, porém as palavras cruéis desanimam a gente” (NTLH). 

INTRODUÇÃO

· A linguagem é um dos ingredientes da imagem de Deus refletida pela humanidade.

O fato de falarmos é um sinal óbvio de que Deus nos criou. Deus usa palavras. Deus usa palavras porque Ele é uma Trindade. Animais não. Você pode ensinar um papagaio a dizer algumas palavras, mas não consegue calar uma criança! As palavras nos marcam como humanos criados à imagem de Deus. Em Gn 2:19, Adão continua o trabalho que Deus começou, usando a linguagem para ordenar o mundo.

· A linguagem estrutura todas as nossas relações: com Deus, conosco, com os outros e com a natureza. 

Sem signos não há comunicação. E sem comunicação não há cultura, sociedade, comunidade, família, comunhão com Deus, etc.

· A linguagem é por natureza ambígua, presta-se a muitos mal entendidos.

O que dizemos ao outro é codificado e decodificado de modo contextual. Há muitos ruídos na comunicação.

· A linguagem, de acordo com o livro de Provérbios, tem o poder de dar e tirar vida.

Como Deus, usamos palavras para criar confiança e formar relacionamentos e construir comunidade. Mas, ao contrário de Deus, usamos palavras para destruir a confiança e quebrar relacionamentos e dividir a comunidade. Como Deus, usamos palavras para tocar outro coração em um nível profundo. Mas, ao contrário de Deus, usamos palavras para quebrar outro coração em um nível profundo.

Ideia Principal do sermão: O que uma pessoa diz pode trazer cura ou dano.

Vejamos mais detidamente o texto.

I. O EFEITO TERAPÊUTICO DA COMUNICAÇÃO

O provérbio pega a imagem da história do Gênesis para sugerir o poder restaurador da fala. A história do Éden é tão familiar para nós que poderíamos esperar que a árvore da vida se tornasse um clichê cansado de qualquer coisa desejável que fosse difícil de obter. Mas, de fato, a imagem aparece no Antigo Testamento apenas em Gênesis e Provérbios. Em Provérbios ela caracteriza a fala sábia e outras marcas da sabedoria (Pv 3:18; 11:30; 13:12). 

A inferência parece ser que falar com sabedoria indica o caminho de volta ao Éden. Mais do que qualquer outra esfera da atividade humana, a fala tem o potencial de efetuar a cura no nível mais profundo. É uma árvore da vida; Ela nos restaura a condição de harmonia com Deus e com os nossos semelhantes para os quais fomos feitos.

II. O EFEITO DEVASTADOR DA COMUNICAÇÃO

Pelo menos três inferências podem ser legitimamente desenhadas. 

· Primeiro, a fala perversa fere os outros de maneira profunda. "Paus e pedras quebrarão meus ossos, mas as palavras nunca me machucarão" nada poderia estar mais longe do modo de pensar dos sábios ou da verdade. 

· Segundo, a fala perversa inevitavelmente surge do próprio espírito ferido do falante. Embora seja difícil lembrar quando nos machucamos, é uma das chaves para aprender a orar por nossos inimigos. 

· Terceiro, a fala perversa funciona finalmente em direção à autodestruição do falante.

O QUE FAREMOS?

· A igreja é uma comunidade de restauração pela Palavra:

o Somos curados das heresias pelo ensino sadio das Escrituras por uma liderança comprometida com o Evangelho;

o Somos curados do ressentimento e amargura pela confissão dos nossos pecados a Deus e uns aos outros (Mt 6.12. 14-15; Mc 11.25-26; Tg 5.16);

o Somos curados da linguagem perversa (Ef 4,25-5.1-2).

· Nossas palavras são mais do que sopros de ar saindo pelas nossas cordas vocais. Nossas palavras têm status moral aos olhos de Deus e capacidade para grande devastação (Tg 3).

· Devemos falar a verdade em amor com a intenção de restaurar os faltosos (Ef 4.15; Pv 27.6; Sl 142.3). Charles Spurgeon, ministro britânico conhecido como o príncipe dos pregadores, afirmou que “a repreensão não deve ser um balde de água fria para congelar o irmão, nem água fervente para queimá-lo”. Como, então, devemos repreender alguém que está no erro?

o Destacarei cinco aspectos importantes que devem determinar a forma de corrigir nossos irmãos no Senhor. Vejamos o que a Palavra de Deus diz sobre isso. Como corrigir nossos irmãos?

§ Como a filhos amados

“Não escrevo estas coisas para vos envergonhar, mas para vos admoestar, como a filhos meus amados.” (1 Coríntios 4.14)

§ Em espírito de mansidão

“Irmãos, se um homem chegar a ser surpreendido em algum delito, vós que sois espirituais corrigi o tal com espírito de mansidão; e olha por ti mesmo, para que também tu não sejas tentado.” (Gálatas 6.1)

§ Com sensibilidade para tratar cada caso

“Exortamo-vos também, irmãos, a que admoesteis os insubordinados, consoleis os desanimados, amparai os fracos e sejais longânimos para com todos.” (1 Tessalonicenses 5.14); “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará a torcida que fumega; em verdade promulgará o direito.” (Isaías 42.3)

§ Não como inimigo, mas como irmão

“Todavia, não o considerais com inimigo, mas admoestai-o como irmão.” (2 Tessalonicenses 3.15); “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão.” (Mateus 18.15 – NVI)

§ Na expectativa de arrependimento

“Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade” (2 Timóteo 2.24,25 – NVI).

Quem deve fazer isso?

“Eu, de minha parte, irmãos meus, estou persuadido a vosso respeito, que vós já estais cheios de bondade, cheios de todo o conhecimento e capazes, vós mesmos, de admoestar-vos uns aos outros.” (Romanos 15.14)

Uma pessoa cheia de bondade é bem diferente de uma cheia da amargura. A amarga não corrige; briga com todo mundo! Mas repreender é algo que se faz com um coração cheio de bondade. Portanto, somente um crente em tal condição é capaz de ferir o justo em seu benefício. Caso contrário, será prejuízo. A bondade focará o alvo correto: o erro em si, e não a pessoa que errou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMO ERAM AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO?

O Evangelho de João relata uma passagem da vida de Jesus que leva algumas pessoas a entender que o Espírito Santo não agia entre o povo d...