Rev. Hernandes Dias Lopes
O apóstolo Paulo está preso
e algemado na antessala do martírio, mas sua atenção não está voltada para si
mesmo. Havia alegria em seu coração (Fp 4.4,10), mas sua medida ainda não
estava cheia. Um grau mais elevado de unidade, de humildade e de solicitude em
família podia completar o que ainda faltava no cálice da alegria de Paulo. Seu
principal anseio não era a rápida libertação da prisão, mas o progresso
espiritual dos filipenses. Sua alegria, não vem de suas condições pessoais, mas
da condição da igreja de Deus. Mesmo preso, Paulo diz que a igreja de Filipos
era sua alegria e coroa (Fp 4.1). Suas orações em favor dos cristãos filipenses
eram orações alegres (Fp 1.4). Mas, agora, o apóstolo deseja que o cálice da
sua alegria transborde e por isso ordena: “Completai a minha alegria, de modo
que penseis a mesma cousa, tenhais o mesmo amor, sejais unidos de alma, tendo o
mesmo sentimento” (Fp 2.2). Paulo não pode estar alegre enquanto o espírito de
facção existir nessa generosa igreja de Filipos. Paulo exorta aqueles irmãos
para que tenham unanimidade de coração. Não se trata da unanimidade formal que
se consegue manter mediante o poder de veto; trata-se daquela unanimidade
sincera de propósitos, pela qual ninguém deseja impor um veto sobre as pessoas.
Aquela mesma igreja que
estava comprometida com Paulo no apoio missionário, dando-lhe conforto e
sustento financeiro, estava sendo ameaçada por divisões internas e isso estava
toldando a alegria no coração do velho apóstolo.
Como a igreja poderia
completar a alegria de Paulo?
1. Demonstrando unidade de
pensamento (Fp 2.2). A unidade de pensamento não é uma coisa fácil de
alcançar, especialmente onde as pessoas têm uma mente ativa e um espírito
independente. O verbo grego phronein usado aqui para definir “o pensar a mesma
coisa” aparece nesta carta dez vezes, enquanto aparece apenas mais treze vezes
em todas as demais epístolas. Usando a palavra phronein, Paulo não tem em vista
o “pensamento” teórico do teólogo, mas o pensar prático, subordinado ao querer.
Aqui se trata do “pensamento” que conduziu o Filho de Deus do trono da glória
para a vergonha da morte na cruz! Se todos “pensarem” da maneira como Jesus
Cristo também pensou, como ele morreu por pecadores, não poderão se separar;
hão de apegar-se aos irmãos. Fica claro que a palavra phronein traduzida aqui
por “mente” denota não uma capacidade intelectual, mas uma ação e uma atitude
moral. Obviamente, “ter uma só mente” não significa que os crentes têm que
concordar em tudo; em vez disso, cada crente deve ter a mesma atitude de Cristo
(Fp 2.5).
2. Demonstrando unidade nos
relacionamentos (Fp 2.2). Os irmãos da igreja de Filipos precisam ter o
mesmo amor uns pelos outros, igual ao que Cristo tem por eles. O amor de Cristo
o trouxe do céu para a humilde condição da natureza humana, para morrer na cruz
em favor dos pecadores. Muito embora os crentes não podem fazer o que Cristo
fez, eles podem seguir seu exemplo, quando expressam o mesmo amor na maneira de
lidar uns com os outros.
3. Demonstrando unidade
espiritual (Fp 2.2). A igreja precisa ser unida de alma. Jesus orou para
que todos aqueles que creem possam ser um como ele e o Pai são um (Jo
17.22-24). Essa frase significa dois corações batendo como se fosse um só. Na
igreja de Deus não há espaço para disputas pessoais. A igreja não é um concurso
de projeção pessoal nem um campeonato de desempenhos pessoais. A igreja é um
corpo onde cada membro coopera com o outro, visando a edificação de todos.
4. Demonstrando unidade de
sentimento (Fp 2.2). A igreja precisa ter o mesmo sentimento. A igreja é
como um coro que deve cantar no mesmo tom. Os crentes não são competidores, mas
cooperadores. Eles não são rivais, mas parceiros. Eles não estão lutando por
causas pessoais, mas todos estão buscando a glória de Deus.
FONTE: http://ipbvit.org.br/2015/08/15/o-imperativo-da-unidade-crista/
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