quarta-feira, 22 de julho de 2015

CRISTO, NOSSO ADVOGADO

Fonte da figura: http://www.reflexoesevangelicas.com.br/

Texto: Jo 2.1,2

2.1 Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo;
2.2 e ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro.

INTRODUÇÃO

Uma das maiores dificuldades que o crente sincero e fervoroso encontra na vida cristã é a de lidar com seus próprios fracassos. E quanto a isso, existe dois extremos perigosos: ser demasiado indulgente e demasiado severo para com o pecado. Indulgência demasiado grande seria quase encorajar o pecado no cristão salientando a provisão de Deus para o pecador. Uma severidade exagerada, por outro lado, seria, ou negar a possibilidade de um cristão pecar, ou recusar-lhe perdão e restauração, se ele cai. Ambas as posições extremas são contestadas por João. Portanto, hoje vamos estudar sobre a provisão de Deus para aqueles que pecam.

I – ENCORAJAMENTO DE DEUS PARA OS CRISTÃOS
Filhinhos meus, estas cousas vos escrevo para que não pequeis (2.1a).

1 – Um pastor afetuoso com seu rebanho – “Filhinhos meus”. A frase, Filhinhos meus, sugere tanto a idade avançada do autor como o terno e afetuoso relacionamento que havia entre ele e seus leitores.

2 – Um pastor preocupado com seu rebanho – “estas cousas vos escrevo para que não pequeis (2.1a)”.
2.1 – Aprendemos da declaração de João que Deus nos deu a Bíblia para que aprendamos a não pecar.
2.2 – Aprendemos da declaração de João que o perdão repetido de pecados por meio da confissão (1.9) não funciona como uma espécie de “válvula de escape” para uma vida irregular, ou para um cristianismo de baixo padrão moral. “Não”, diz João, “escrevi estas coisas exatamente para que vocês não pequem.”
2.3 – Aprendemos da declaração de João que ainda não somos perfeitos. De fato, existem várias passagens, como essa agora comentada (2.1a), que aparentemente ensinam que a perfeição cristã moral absoluta é algo possível de ser obtido aqui nessa vida. Ao longo da história, vários movimentos têm surgido dentro da Igreja Cristã ensinando algum tipo de perfeição. O perfeccionismo, entretanto, não é bíblico. O ensino bíblico sobre a perfeição cristã pode ser resumido em alguns pontos. Primeiro, todos os crentes já são perfeitos em Cristo Jesus (Cl 2.10; 3.1-4; Ef 2.6; Rm 8.30). Estas passagens bíblicas se referem à posição ocupada pelo crente diante de Deus, em Cristo. Esta perfeição é um ato de Deus, pela graça. Segundo, durante a vida presente, há um processo de aperfeiçoamento (santificação), em que a perfeição já obtida em Cristo é operada gradualmente em nós (2Co 7.1); nesse processo, o crente coopera por meio do aprendizado e obediência (Fp 2.12,13). Terceiro, esse processo é incompleto aqui nessa vida, mas é completado na morte do crente (2Co 5.1-5), ou no retorno do Senhor Jesus (ICo 15.51,52). Por último, as Escrituras preveem uma vida santa e vitoriosa para o verdadeiro cristão, como sinal da sua eleição (2Ts 2.13; Hb 12.14) e como sendo o seu andar normal (3.9; Rm 6.12-14; G1 5.16).

II – PROVISÃO DE DEUS PARA A RESTAURAÇÃO DOS CRISTÃOS
Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, O Justo (2.1 b).

1 - O pecado no crente é um “acidente”, e não a situação normal em que ele vive. No original, essa frase expressa uma possibilidade, não algo que fatalmente irá ocorrer. Para João, o pecado no crente é um “acidente”, e não a situação normal em que ele vive. A ideia é que o crente, pela graça de Deus, pode levar uma vida onde o pecado é acidental, e não normal (3.6; 3.9). Mas acidentes espirituais infelizmente acontecem.

2 – A provisão que Deus fez para o cristão que peca “temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo” (2.1b).

2.1 – Advogado junto ao Pai. A palavra “advogado” aparece mais quatro vezes no Novo Testamento, todas no Evangelho de João, onde é traduzida como “Consolador”, e se refere ao Espírito Santo (ver Jo 14.16,26; 15.26; 16.7). Essa palavra significa, em geral, alguém que se coloca ao lado de outro para ajudar. Quando João usa a palavra aqui, aplicada a Cristo, a ideia é que ele fala sobre nós com o Pai, em nossa defesa, e intercede para que sejamos perdoados (Rm 8.34; I Tm 2.5). Não se trata interceder diante do Juiz, pois já fomos justificados, mas do Pai, pois somos filhos de Deus, parte da família.
            2.1.1 – Sua natureza humana – Jesus (Hb 5.19; 7.24,25);
            2.1.2 – Seu ofício divino – Cristo;
            2.1.3 – Seu caráter justo – Justo;
2.1.4 – Seu sacrifício propiciatório. E ele é a propiciação pelos nossos pecados (2.2a). Essa frase vem da linguagem cerimonial do Antigo Testamento, quando animais eram sacrificados e o sangue derramado como “pagamento” pelo pecado (cf. Lv 16.14,15; 17.11). Cristo é o sacrifício, providenciado pelo próprio Deus, que satisfaz ajusta ira de Deus pelos nossos pecados, e desvia essa ira de sobre nós, apaziguando a Deus e nos reconciliando com ele (veja ainda 4.10; Rm 3.25,26; I Pe 2.24; 3.18). Aqui podemos destacar:
            a) A natureza do seu sacrifício. E ele é a propiciação pelos nossos pecados (2.2a)
            b) O Alcance do seu sacrifício. E não somente pelos nossos próprios, mas ainda pelos do mundo inteiro (2.2b).

APLICAÇÕES

Vimos que Deus nos deu a Bíblia para que aprendamos a não pecar.

Aprendemos também que podemos confiantemente suplicar pelo perdão de nossos pecados, pois Jesus Cristo nos garante a remissão.


Que Salvador maravilhoso e perfeito! Em Cristo recebemos ânimo e coragem para continuarmos quando, ao pecarmos, recorrermos à sua obra completa.

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