Fonte da figura: http://conceito.de/memoria
"Dou graças ao meu Deus todas as vezes que me lembro de vós..."
Filipenses 1:3
Que tipo de memorias inspiramos nos outros? Doces
ou amargas – para usar uma metáfora do palato? Essa pergunta, em relação ao
contexto da carta aos Filipenses, é uma via de mão dupla, pois ela remete tanto
às lembranças que Paulo tem dos filipenses, quanto a que os filipenses têm de
Paulo.
A
narrativa da fundação da igreja em Filipos está em Atos dos Apóstolos 16. Vamos
agrupar a narrativa em torno dos três elementos estruturantes ou constitutivos da
memória individual:
Em primeiro lugar, toda memória é constituída
de acontecimentos. Segundo o dicionarista Houaiss, o verbo acontecer significa “ser ou tornar-se realidade
no tempo e no espaço, seja por acaso, seja como resultado de uma ação, ou como
o desenvolvimento de um processo ou a modificação de um estado de coisas,
envolvendo ou afetando (algo ou alguém)”. Ao lermos Atos 16, logo descartamos a
eventualidade dos acontecimentos que conduziram e ocorreram a Paulo em Filipos,
o texto fala claramente que o Espírito Santo o dirigiu àquela cidade e possibilitou-lhe
encontros e desencontros.
Em segundo lugar, toda memória é constituída de pessoas, de personagens.
Em Filipos Paulo conheceu várias pessoas, de diferentes classes sociais e procedências
religiosas. Uma vendedora de púrpura chamada Lídia, uma jovem possessa por um
espírito de adivinhação, o carcereiro da cidade, além de vários anônimos que
são referidos na passagem acima, mas que o Senhor não nos permitiu
conhecer-lhes os nomes.
Em terceiro lugar, toda memória é constituída de lugares. Os acontecimentos
e as pessoas estão ancorados, emoldurados em lugares por onde passamos,
permanecemos, vivemos. O lugar que emoldura a narrativa é a cidade de Filipos,
uma das principais cidades da Macedônia, orgulhosa de sua condição de colônia romana,
de ser, melhor dizendo, uma miniatura de Roma. É nesse lugar que Paulo vai
desenvolver seu ministério e fundar a primeira igreja da Europa.
Tudo isso nos leva a concluir que os encontros e desencontros não são
ocasionais. “Dou graças ao meu Deus”, Paulo entende que é Deus que proporciona a
ocorrência de acontecimentos, o encontro com pessoas e o trânsito pelos lugares
para, acima de tudo, cumprir os Seus propósitos. Valorize os acontecimentos que
te conduzem à lugares e pessoas, por não é por acaso que as encontramos. Lembranças,
doces lembranças dos filipenses Paulo carrega na memória, e depois de cerca de
10 anos distante, ainda inspira o apóstolo a interceder por aqueles irmãos. O melhor
lugar para se lembrar de alguém é diante de Deus em oração.
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