SALVAÇÃO: UMA CONQUISTA HUMANA OU DOM DE DEUS? - PARTE I
Ref. Fl 2.1-2.
INTRODUÇÃO
Uma das questões mais inquietantes no mundo cristão é de saber como podemos ser salvos. A salvação é uma obra humana? Divina? Humana e Divina? Segundo MATOS, desde o início têm existido duas tendências no cristianismo com respeito à salvação. De um lado, salienta-se a prioridade da graça divina e a salvação como resultado da iniciativa soberana e misericordiosa de Deus. Nessa perspectiva, a única participação do indivíduo é receber, por meio da fé, o que lhe é oferecido graciosamente por Deus. De outro lado, dá-se ênfase a um maior envolvimento do ser humano na experiência de salvação. Ao invés da aparente passividade da fé, acentua-se a prática de ações positivas ou “boas obras” como requisito igualmente importante para o recebimento da salvação. No Novo Testamento, a primeira abordagem é representada principalmente pelo apóstolo Paulo e a segunda, por Tiago[1]. O que o nosso texto tem a ver com isso? Tudo.
I – UMA APLICAÇÃO PENETRANTE
1) O PONTO DE CONTATO – “PORTANTO”.
a) O mal estar na igreja de Filipos causado por problemas
· Externos – os falsos mestres e a perseguição (Fl 1.27-30)
· Internos – a desunião promovida pelo egoísmo e pela vanglória (2.1-4)
b) A solução apresentada por Paulo:
· “Mas por humildade” (2.3,4). Comentando esse texto, LOPES[2] o aborda a partir de duas perguntas: a) O que é humildade? Ser humilde envolve ter uma correta perspectiva sobre nós mesmos em relação a Deus (Rm 12.30, que por sua vez nos coloca numa correta perspectiva em relação ao próximo”. b) Como a humildade se manifesta? Em primeiro lugar, a humildade olha para o outro com honra. Em segundo lugar, a humildade busca o interesse do outro com solicitude.
· O exemplo de Cristo é o nosso maior estimulo à obediência e à humildade. É como se Paulo estivesse dizendo:
“Visto que Cristo Jesus, por meio de sua obediência irrestrita e voluntária, lhes deu um exemplo a seguir” (vs.5-8); e
“Visto que o prêmio que ele recebeu mostra que há grandes coisas em depósito para aqueles que seguem este exemplo” (vs. 9-11); e, finalmente,
“Visto que este Mediador divino-humano, sublimemente exaltado, outorga forças celestiais a todos os que confiam nele e anelam viver conforme ele deseja que vivam” (implícito nos vs. 9-11), portanto, etc. (HENDRIKSEN[3])
II – PASTOR SIM, INDISPENSÁVEL NÃO – “NÃO SÓ NA MINHA PRESENÇA...AUSÊNCIA”.
1) OVELHAS QUE SE PREOCUPAM COM O SEU PASTOR (2.25-30; 4.18).
2) OVELHAS DEPENDENTES DO SEU PASTOR.
a) Uma concepção errada do papel do pastor.
b) Uma concepção errada da vida cristã. Não vamos conseguir sem Paulo.
3) O AMOR DO PASTOR PELAS OVELHAS
Revelado na
a) Maneira diplomática de lidar com os irmãos – “sempre obedecestes”;
b) Exortação à obediência perseverante na sua ausência – “muito mais agora na minha ausência”.
c) Encorajamento a depender inteiramente de Deus – “opera tanto o querer como o efetuar”.
d) Esclarecendo sobre a verdadeira origem da vida crista – “Deus”. Paulo diz que não devem achar que tudo está perdido porque ele não está lá. O que realmente importa é Deus, e Deus está lá; é Deus que está operando neles “tanto o querer como o efetuar”.
III – UMA APLICAÇÃO NECESSÁRIA
1) O exemplo de Cristo é o nosso maior estimulo à obediência e à humildade.
2) Os mestres e pregadores podem ser úteis e valiosos, porém não são essenciais.
3) Quantas vezes, em nossa ignorância e em nossa incapacidade de entender doutrina, nos tornamo-nos muito dependentes de pessoas, e com isso nos privamos de alguns dos mais grandiosos benefícios da vida cristã.
[1] Retirado do site: <www.mackenzie.br/10990.html> Acesso em 10 dez de 2013.
[2] LOPES, Hernandes Dias. Filipenses: a alegria triunfante no meio das provas. São Paulo: Hagnos, 2007.
[3] HENDRIKSEN, William. Efésios e Filipenses: Comentário do Novo Testamento. São Paulo:Editora Cultura Cristã, 1992.
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