Fonte da imagem: http://www.turmadableia.com/nunca-desista/
Texto Bíblico: Lucas 8.40-42, 49-56.
Eu sei, não precisa me lembrar
de que a epígrafe do texto remete ao filme de mesmo nome, que fez muito sucesso
entre o público amante das artes maciais na década de 90. Mas, para tristeza
desse público, este texto não é uma crítica de cinema, mas uma reflexão sobre outra
narrativa, real, que se passou a mais de 2000 mil anos atrás, numa cidadezinha
da Galileia, em Israel, chamada Cafarnaum, e que tem por protagonista Jesus e por
coadjuvante, Jairo, o príncipe da sinagoga local, um cargo que o distinguia
entre os seus pares e lhe dava status,
prestígio, respeito e influência entre o seu povo (qualquer semelhança com os políticos
atuais é mera coincidência).
Talvez você esteja pensando
que interesse essa história teria para você, que vive no século 21, no mundo do
prefixo pós (pós-modernidade, pós-industrial, pós-cristão, etc...), globalizado
e virtualizado, das grandes metrópoles e megalópoles, com seu frenesi diário. Para não ser prolixo,
afinal, você não tem muito tempo para ler este texto, a narrativa é sobre um
pai (antes de ser príncipe da sinagoga Jairo era, acima de tudo, pai) que se
humilha perante Jesus para que este fosse à sua casa curar a sua filha única
que estava à beira da sepultura e de como Jesus prontamente atendeu seu pedido.
Chamo a sua atenção para três fatos:
Em primeiro lugar, a posição
social de Jairo é fútil diante da morte iminente da sua filha. Mesmo príncipe da
sinagoga, possuindo um capital social de prestígio e respeito, nada disso o pode
ajudar diante da carranca da morte, que ameaçadora intenta invadir seu lar e levar seu troféu. Aliás,
a posição social de Jairo parece ter retardado a sua ida à presença de Jesus.
Em segundo lugar, a posição
religiosa de Jairo é fútil diante da morte iminente da sua filha. A religião
pode se tornar o maior empecilho no caminha da vida, quando divorciada do
princípio do amor. Jairo era, em certo sentido, inimigo declarado de Jesus, pois
na sinagoga Jesus havia muitas vezes “quebrado” o sábado, curando pessoas
enfermas. A posição religiosa de Jairo parece, também, tê-lo retardado.
Em terceiro lugar, a decisão
acertada de Jairo diante da morte iminente da sua filha. Jairo resolveu romper
as redes da posição social e religiosa que o imobilizavam e recorrer àquele que
é chamado de “a vida” (Jo 14.6), Jesus. O desespero levou Jairo a Jesus, o
desespero o levou a romper as malhas da posição social e religiosa, mas nem por
isso foi censurado por Jesus, ou acusado de ser um “homem de pequena fé”, por
ele pedir a Jesus que fosse com ele a sua casa - diferente do centurião, por
exemplo, que se contentou com uma palavra.
Pessoas do século 21 – ou de
qualquer outra época – passam (ram) por situações semelhantes e muitas delas “precisam”
descer ao abismo do desespero para entenderem que posição social ou religiosa,
às vezes, mais atrapalha do que ajuda. A mensagem desta narrativa é que Jesus é
a melhor posição diante da vida e da morte, que ele tem o maior interesse em SALVAR
você e sua família, independentemente de sua posição social ou religiosa. Por
isso, mesmo que digam “não incomodes mais o mestre”, não dê ouvidos, é isso que
o mundo atual diz, com sua incredulidade, antes siga o conselho de Jesus a
Jairo “não temas, crê somente, e tua filha será salva”. Retroceder nunca, render-se jamais.
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