quarta-feira, 1 de abril de 2015

O PERIGO DE UMA PROFISSÃO DE FÉ SIMPLESMENTE VERBAL

Mateus 7:21­27 
Introdução
1) "O Senhor Jesus finaliza o Sermão do Monte", escreve J. C. Ryle, "com uma passagem de aplicação penetrante. Ele volta-se dos falsos profetas para os falsos professos, dos falsos mestres para os falsos ouvintes".
2) Por isso, Jesus nos leva a um confronto próprio, colocando diante de nós a escolha radical entre a obediência e a desobediência, e nos convoca a um compromisso incondicional da mente, da vontade e da vida com os seus ensinamentos. Jesus enfatiza com grande solenidade que o nosso destino eterno depende de uma obediência total.
3) No que se refere a isso, os dois parágrafos finais do Sermão são muito parecidos. Ambos contrastam as reações certa e errada aos ensinamentos de Cristo. Ambos indicam que a neutralidade é impossível e que uma decisão definida tem de ser tomada. Ambos destacam que nada pode substituir a obediência ativa e prática. E ambos ensinam que a questão da vida e da morte no dia do juízo será determinada pela nossa reação moral a Cristo e a seus ensinamentos nesta vida. A única diferença entre os parágrafos é que, no primeiro, se oferece como alternativa para a obediência uma profissão de fé com os lábios, e, no segundo, um mero ouvir, também como alternativa para a obediência.
 I. O PERIGO DE SUBSTITUIR A OBEDIÊNCIA PELA ELOQUÊNCIA
1) As pessoas que Jesus está descrevendo aqui estão confiando para a sua salvação em uma afirmação do credo, no que elas "dizem" a Cristo ou a respeito de Cristo. "Nem todo o que me diz" (v. 21). "Muitos, naquele dia, hão de dizer" (v. 22). Mas o nosso destino final será estabelecido, Jesus insiste, não pelo que lhe dizemos hoje, nem pelo que lhe diremos no último dia, mas por fazermos o que dizemos, por estar a nossa profissão verbal acompanhada da obediência moral.
2) O que eles professam de Cristo?
Uma profissão verbal de Cristo é indispensável. Para sermos salvos, escreveu Paulo, temos de confessá-lo com nossos lábios e crer em nossos corações. E uma verdadeira profissão de fé em Jesus como Senhor é impossível sem o Espírito Santo.
Primeiro, a profissão é respeitosa. Chama-o de "Senhor", exatamente como hoje em dia a maneira mais respeitosa e educada de se referir a Jesus ainda é dizer "nosso Senhor".
Segundo, a profissão é ortodoxa. Embora chamar Jesus de "Senhor" talvez não signifique mais do que chamá-lo de "senhor" (com minúscula), o presente contexto contém alusões a Deus como seu Pai, e a ele mesmo como Juiz, e portanto parece implicar em algo mais.
Terceiro, é fervorosa. Pois não é um "Senhor" frio ou formal, mas um "Senhor, Senhor" entusiástico, como se o orador desejasse chamar a atenção para a força e o zelo de sua devoção.
Quarto, é uma confissão pública. Não é uma declaração particular e pessoal de fidelidade a Jesus. Alguns até "profetizaram" em nome de Cristo, chegando até a insinuar que pregaram em público com a autoridade e a inspiração do próprio Jesus.
Quinto, a profissão de fé às vezes chega a ser espetacular. A fim de destacar este ponto, Jesus cita os mais extremos exemplos de profissão de fé verbal, a saber, o exercício de um ministério sobrenatural envolvendo profecia, exorcismo e milagres. O que essas pessoas destacam ao falar com Cristo no dia do juízo é o nome pelo qual ministraram. Três vezes usaram-no, sempre colocando-o em primeiro lugar para dar ênfase. Reivindicam que, em nome de Cristo, pública e abertamente confessado, eles profetizaram, expeliram demônios e fizeram muitas obras maravilhosas. E não temos motivo para não acreditar nas suas reivindicações, pois "grandes sinais e prodígios" serão realizados até mesmo pelos falsos Cristos e falsos profetas.

3) O que poderia haver de errado nisto?
Em si, nada de mau. E, não obstante, tudo está errado, porque são palavras que não contêm a verdade; é uma profissão de fé sem realidade. Não os salvará no dia do juízo. Por isso, Jesus passa do que eles dizem e dirão para o que ele lhes dirá. Ele também fará uma declaração solene. A palavra usada no versículo 23 é homologësö, "confessarei".
II. O QUE JESUS DIRÁ A RESPEITO DELES
1)    Como será essa confissão?
a)    A confissão de Cristo será, como a deles, em público. Ele lhes dirigirá as terríveis palavras: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade, pois, embora tenham usado o nome dele livremente, Jesus não conhecia seus nomes.
b)    A confissão de Cristo será, diferente da deles, verdadeira.
2)    Qual a razão de Jesus os rejeitar.
a) Porque a profissão de fé deles foi verbal, não moral. Era uma confissão apenas de lábios, não de vida. Chamam a Jesus "Senhor, Senhor", mas jamais se submeteram ao seu senhorio, nem obedeceram à vontade de seu Pai celeste. A diferença vital está entre o "dizer" e o "fazer".
b) Porque eles são malfeitores, praticam a iniquidade. Podem alegar feitos grandiosos em seu ministério; mas, no seu comportamento diário, as suas obras não são boas, são más.
Conclusão

Nós que, atualmente, declaramos ser cristãos, fizemos uma profissão de fé em Jesus, particularmente na conversão e publicamente no batismo. Damos a impressão de honrar a Jesus, chamando-o de "o Senhor" ou "nosso Senhor". Recitamos o credo na igreja e cantamos expressivos hinos de devoção a Cristo. Até exercemos uma variedade de ministérios em seu nome. Mas ele não fica impressionado com nossas palavras piedosas e ortodoxas. Ele continua pedindo evidências de nossa sinceridade em boas obras de obediência.

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