Embora
esse assunto já tenha sido comentado brevemente num tratamento anterior, é
necessário demonstrar os ensinamentos das Escrituras a respeito dessa
importante doutrina escatológica.
A. A NATUREZA DA
TRIBULAÇÃO
Não
existe maneira melhor de entender o conceito bíblico da tribulação do que
deixar as Escrituras falarem por si. É impossível apresentar todas as
declarações da Palavra sobre o assunto. Será suficiente listar algumas delas. A
linha de revelação começa nos primórdios do Antigo Testamento e continua pelo
Novo (Dt 4.30,31; Is 2.19; Is 24.1,3,6; Is 24.19-21; Is 26.20,21; Jr 30.7; Dn
9.27; Dn 12.1; J1 1.15; Jl 2.1-2; Am 5.18,20; Sf 1.14,15,18; Mt 24.21,22; Lc
21.25,26; 1 Ts 5.3; Ap 3.10; Ap 6.15-17).
Com
base nessas passagens, torna-se claro que a natureza desse período é de
-
ira (Sf 1.15,18; 1 Ts 1.10; 5.9; Ap 6.16,17; 11.18; 14.10,19; 15.1,7; 16.1,19),
-
julgamento (Ap 14.7; 15.4; 16.5,7; 19.2),
-
indignação (Is 26.20,21; 34.1-3),
-
provação (Ap 3.10),
-
problemas (Jr 30.7; Sf 1.14,15; Dn 12.1),
-
destruição (J1 1.15; 1 Ts 5.3),
-
escuridão (J1 2.2; Am 5.18; Sf 1.14-18),
-
desolação (Dn 9.27; Sf 1.14,15),
-
transtorno (Is 24.1-4,19-21),
-
castigo (Is 24.20,21). Em nenhuma passagem encontramos alívio para a severidade
desse tempo que virá sobre a terra.
B. A ORIGEM DA
TRIBULAÇÃO.
O
período tribulacional testemunhará tanto a ira de Satanás na sua hostilidade
contra Israel (Ap 12.12-17) quanto a ira do fantoche de Satanás, a besta, na
sua hostilidade contra os santos (Ap 13.7). Todavia, essa manifestação de ira
nem mesmo começará a exaurir o derramamento de ira daquele dia. As Escrituras
estão repletas de declarações de que esse período não é a ira do homem, nem
mesmo a ira de Satanás, mas a ira de Deus. (Is 24.1; Is 26.21; Jl 1.15; Sf
1.18; Ap 6.16,17; Ap 11.18).
Com
base nessas passagens, não se pode negar que esse período é particularmente a
hora em que a ira e o juízo de Deus caem sobre a terra. Não é ira dos homens,
nem ira de Satanás, a não ser à medida que Deus os utilize como canais para
execução de Sua vontade; é uma tribulação de Deus. Esse período difere de toda
a tribulação anterior não apenas em intensidade, mas também em tipo, já que vem
do próprio Deus.
C. O PROPÓSITO DA
TRIBULAÇÃO
1.
O primeiro grande propósito da tribulação é preparar a nação de Israel para o
Messias. A profecia de Jeremias (30.7; Dt 4.30, Jr 30.7; Ez 20.37; Dn 12.1; Zc
13.8,9) esclarece que essa hora, que está por vir, refere-se particularmente a
Israel, pois ela é "a hora da angústia de Jacó". O propósito de Deus
para Israel na tribulação é promover a conversão de uma multidão de judeus que
entrarão nas bênçãos do reino e experimentarão o cumprimento de todas as
alianças de Israel. Assim como João Batista pregou tal mensagem a fim de
preparar Israel para a primeira vinda, Elias pregará a fim de preparar Israel
para o segundo advento (Ml 4.5,6).
2.
O segundo grande propósito da tribulação é derramar juízo sobre homens e nações
descrentes. Apocalipse 3.10; Jr 25.32,33; Is 26.21; 2 Ts 2.12). Visto que o
reino a seguir é um reino de justiça, esse julgamento deve ser visto como outro
passo no desenvolvimento do plano de Deus para lidar com o pecado de modo que o
Messias possa reinar.
D. A DURAÇÃO DA
GRANDE TRIBULAÇÃO
Nos
tempos bíblicos, os meses eram de trinta dias. Não havia meses de 31 ou 28,
tampouco se considerava o ano bissexto. Os anos tinham sempre 360 dias
(30x12=360). Em Apocalipse 11.3 está escrito que as duas testemunhas de Deus
profetizarão por 1.260 dias ou três anos e meio (1.260/360=3,5). Esse período
também aparece em Apocalipse 13.5 sob a forma de 42 meses (42x30=1.260). Esses
três anos e meio são apenas a “primeira metade” da Grande Tribulação, que terá
duração total de sete anos, conforme a profecia registrada em Daniel 9.24-27.
Esta passagem menciona o concerto que o Anticristo firmará com muitos por uma
semana de anos. Na metade desta (depois de três anos e meio), ele romperá o
pacto, inaugurando a “segunda metade”. A septuagésima semana é a última de um
total de “setenta setes”, revelados ao profeta Daniel (9.24). A contagem das
setenta semanas — ou 490 anos — começou com o decreto de Artaxerxes para
restaurar Jerusalém e foi interrompida com a morte do Messias (Ne 1.2; Dn
9.25,26). De acordo com a revelação dada ao profeta, essas semanas se
subdividem em três períodos.
Eurico
Bergstén explica isso com muita clareza:
A
primeira parte compreende “sete semanas”, isto é, 7x7, ou 49 anos (Dn 9.25, e
destaca, com clareza, o começo da contagem dessas “semanas” — “desde a saída da
ordem para restaurar e edificar Jerusalém” (...) Daquela data até à conclusão
desse trabalho (Ne 6.15) passaram-se realmente 49 anos. A segunda etapa
compreende “sessenta e duas semanas”, isto é, 62x7, ou 434 anos, tempo que
abrange da restauração de Jerusalém ao Messias, o Príncipe, Dn 9.25. E
realmente impressionante observar que desde a data do decreto para a
restauração até à data da entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mt 21.1-10)
passaram-se exatamente 69 “semanas” ou 69x7, que são 483 anos. A terceira parte
compreende a última semana, isto é, a septuagésima semana, sobre a qual a
profecia diz: “Ele firmará um concerto com muitos por uma semana, e na metade
da semana fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares, e sobre a asa das abominações
virá o assolador...”, Dn 9.27. Comparando esta expressão com a palavra de
Jesus, quando profetizava sobre esses acontecimentos (Mt 24.15,21), fica
provado que a septuagésima semana, sem dúvida, representa o tempo da grande
aflição.
D. A SALVAÇÃO DURANTE A GRANE TRIBULAÇÃO
1.
A salvação na tribulação certamente será baseada no princípio fé. Hebreus
11.1-4
2.
As descrições dos salvos na tribulação deixam claro que ser salvos pelo sangue
do Cordeiro. (Ap 14.4; Ap 7.14).
3. A salvação será pelo
ministério do Espírito Santo. Ao identificar o Espírito Santo como o detentor
de 2 Tessalonicenses 2.7. Assim, no período tribulacional, o Espírito Santo,
que é onipresente, fará o mesmo trabalho de regeneração que fazia quando Deus
lidava anteriormente com Israel, mas sem um ministério de habitação. A atual
habitação está relacionada à capacitação, à união de crente com crente por
causa da sua relação com o Templo de Deus, mas a habitação é totalmente
diferente do trabalho do Espírito na regeneração. Logo, devemos reconhecer
claramente que, apesar de o Espírito não habitar os salvos da tribulação, Ele
ainda pode operar na regeneração deles.
E. AS FASES DA GRANDE TRIBULAÇÃO
A
grande Tribulação. - Os eventos que ocorrerão na semana de número 70 de Daniel são
descritos em Apocalipse. Será um período de 7 anos, divido em duas partes de
3 anos e meio cada. Na primeira metade, Satanás trará alguns males,
representado pelos selos. Enganará os moradores da terra,
trazendo relativa paz e tranquilidade; resolverá os problemas políticos e
econômicos, mas, ao tentar receber adoração dos judeus, dentro do templo
reconstruído em Jerusalém, no lugar santíssimo, será rompida a aliança entre
ele e Israel. Após isso, sobrevirá sobre a terra os juízos de Deus, chamados
de trombetas e taças. Aparentemente, estes dois últimos
acontecerão simultaneamente. Alguns destes juízos serão catástrofes naturais
(terremotos, maremotos, pragas, poluições, quedas de asteróides, etc.), mas
haverá também juízos sobrenaturais.
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Os
Selos
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1. Primeiro Cavaleiro - branco. O anticristo se apresenta. Paz;
2. Segundo Cavaleiro - vermelho. Guerra generalizada.
3. Terceiro
Cavaleiro - preto. Escassez de alimento.
4. Quarto Cavaleiro - amarelo. Mortalidade mundial.
5. Os
santos são martirizados.
6. Cataclismos
no céu e na terra.
7. A
abertura das trombetas.
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As
Trombetas
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1. A
terça parte da terra consumida pelo fogo.
2. A terça parte da do mar é destruído
3. A terça parte da água potável se torna imprópria.
4. O
sol perde um terço da sua luminosidade.
5. Primeiro
ai. Gafanhotos do abismo
6. Segundo ai. A terça parte dos homens são mortos.
7. Terceiro
ai. A abertura da Taças.
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As
Taças
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1. Tumores
e pestes generalizadas.
2. Morte
de toda a vida marinha.
3. Total perda das águas
potáveis.
4. Irradiação solar se
agrava profundamente, provocando a morte dos homens.
5. O Anticristo é
imobilizado.
6. Batalha
do Armagedom.
7. Babilônia
é destruída.
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