Referência: At 2.1-13.
Introdução
Vamos
estudar a controvertida doutrina do batismo no Espírito Santo. Visando apresentar
o assunto de forma didática, optamos pelo método escolástico de perguntas e
respostas. Então, afinal, o que o batismo no Espírito Santo?
I
– O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?
O Batismo com/no espírito
Santo é indefinível. Todos os conceitos são limitantes, delimitadores, uma
camisa de força. Conceituar é, de alguma forma, assassinar o objeto da
conceituação, é domestica-lo. Portanto, tudo o que temos são pistas, pegadas,
indícios, eventos. Nenhum conceito pode conter essa experiência, por isso, o
melhor a fazer é seguir as pegadas, as palavras usadas pelos escritores
sagrados, principalmente Lucas, para descrever (mos) o (s) acontecimento (s).
1) Um Batismo (Mt 3.11; Mc
1.8; Lc 13.16; 24.49; Jo 1.33; At 1.5)
a) É
chamado de um batismo para lembrar a profecia de João Batista (Mt 3.11).
b) É
chamado de um batismo para compará-lo com o de João e, ao mesmo tempo, para
distingui-lo daquele.
1) É semelhante na forma. Um
oficiante, um candidato e o elemento no qual ocorre a imersão ou batismo.
2) É distinto no propósito. O
batismo de João era dramatização do arrependimento do pecador. O batismo com o
Espírito é poder para testemunhar, servir na causa do Mestre. O batismo com o
Espírito é imersão num relacionamento com uma pessoa divina, e não em um fluido
ou influência.
3) É distinto pela natureza das
pessoas envolvidas. João Batista, o candidato arrependido e a água, no caso do
primeiro. Jesus, o crente e o Espírito Santo, no caso do segundo.
2) Um enchimento (At 2.4)
a) Foi um derramamento (Jl 2.28-32)
b) Foi um cair sobre (At 8.16; 10.44; 11.15)
c) Foi um derramamento do dom (At 10.45)
d) Foi uma vinda sobre (At 19.6)
3) Um dom (At 2.38; 10.45)
a) Foi um recebimento de uma dádiva (Jl 2.38)
4) Um poder ou virtude (At
1.8)
Aplicação: É um
revestimento e derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de
línguas estranhas, conforme o Espirito Santo concede, pela instrumentalidade do
Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e
eficiente serviço para Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46.1 Co 14.15,26) (GILBERTO,
191, 2008).
II
– QUANDO OCORRE O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E QUAL É A SUA EVIDÊNCIA?
Segundo HORTON (1996), existem
quatro possíveis posições quanto à distinção e as línguas como evidência.
1) Há
os que pensam ser o batismo no Espírito Santo parte da experiência da
conversão, sem qualquer evidência inicial, como o falar em outras línguas.
2) Há
os que admitem o batismo no Espírito Santo como parte da experiência da
conversão, sempre acompanhado pela evidência especial do falar em outras
línguas.
3) Há
os que acreditam que o batismo no Espírito Santo usualmente vem após a
regeneração, mas a experiência nem sempre é acompanhada pelo falar em outras
línguas.
4) Há
os que defendem o batismo no Espírito Santo como uma experiência geralmente
ocorrida após a regeneração e sempre acompanhada pela evidência especial do
falar em outras línguas.
Com base no livro de Atos, podemos
destacar alguns aspectos esclarecedores quanto a essa questão. Podemos afirmar
que o Batismo no Espírito Santo
1) É
uma experiência subsequente a regeneração. A subsequência enfatiza o
segmento posterior no tempo ou na ordem.
2) É uma experiência separada da regeneração.
A separabilidade refere-se à dessemelhança quanto à natureza ou identidade.
3) É
uma experiência distinta da regeneração, e portanto, da habitação do Espírito
Santo. A qualidade distintiva mostra as diferenças de caráter ou propósito, ou
de ambos.
III – QUAL O PRÓPOSITO DO BATISMO COM O
ESPÍRITO SANTO?
1) O propósito principal deste batismo é
expresso nas palavras de Jesus: "Vós sereis minhas testemunhas" (At 1.8). O batismo no
Espírito Santo habilita os crentes a testemunharem efetivamente de Cristo,
inclusive nas circunstâncias mais difíceis e perigosas (At 4.31; At
4.33).
IV
– OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPIRITO.
Os resultados e efeitos
desse glorioso batismo em nossa vida são muitos. Citaremos apenas alguns, haja
vista as limitações de espaço desta obra.
1) Edificação espiritual pessoal,
mediante o cultivo das línguas estranhas (I Co 14.4,15). Edificar, como está na
Bíblia, não e exatamente o mesmo que construir. Paulo foi tão grandemente
edificado na sua vida crista em geral e como obreiro, pelo muito que o Espirito
operou nele mediante as línguas (I Co 14.18). Línguas não faladas em público,
mas consigo e com Deus.
2) Maior dinamismo espiritual, mais disposição
e maior coragem na vida crista para testemunhar de Cristo e proclamar o
evangelho; para efetuar o trabalho do Senhor. Compare, nesse sentido, os discípulos
de Jesus, antes e depois do batismo com o Espirito Santo, como foi o caso de
Pedro — compare Marcos 14.66-72 com Atos 4.6-20.
3) Um maior desejo e resolução
para orar e para interceder (At 2.42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26).
4) Uma maior glorificação do nome do
Senhor “em espirito e em verdade” (Jo 4.24), nos atos e na vida do crente (Jo
16.13,14).
5) Uma maior consciência de que Deus e
o nosso Pai celeste, e que nós somos seus filhos (Rm 8.15,16; G1 4.6).
6) O batismo é também um
meio para a outorga por Deus, dos dons espirituais — “falavam línguas e
profetizavam” (At 19.6).
Nenhum comentário:
Postar um comentário