quinta-feira, 24 de julho de 2014

O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Referência: At 2.1-13.

Introdução
Vamos estudar a controvertida doutrina do batismo no Espírito Santo. Visando apresentar o assunto de forma didática, optamos pelo método escolástico de perguntas e respostas. Então, afinal, o que o batismo no Espírito Santo?

I – O QUE É O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?

O Batismo com/no espírito Santo é indefinível. Todos os conceitos são limitantes, delimitadores, uma camisa de força. Conceituar é, de alguma forma, assassinar o objeto da conceituação, é domestica-lo. Portanto, tudo o que temos são pistas, pegadas, indícios, eventos. Nenhum conceito pode conter essa experiência, por isso, o melhor a fazer é seguir as pegadas, as palavras usadas pelos escritores sagrados, principalmente Lucas, para descrever (mos) o (s) acontecimento (s).
1) Um Batismo (Mt 3.11; Mc 1.8; Lc 13.16; 24.49; Jo 1.33; At 1.5)
a) É chamado de um batismo para lembrar a profecia de João Batista (Mt 3.11).
b) É chamado de um batismo para compará-lo com o de João e, ao mesmo tempo, para distingui-lo daquele.
            1) É semelhante na forma. Um oficiante, um candidato e o elemento no qual ocorre a imersão ou batismo.
            2) É distinto no propósito. O batismo de João era dramatização do arrependimento do pecador. O batismo com o Espírito é poder para testemunhar, servir na causa do Mestre. O batismo com o Espírito é imersão num relacionamento com uma pessoa divina, e não em um fluido ou influência.
            3) É distinto pela natureza das pessoas envolvidas. João Batista, o candidato arrependido e a água, no caso do primeiro. Jesus, o crente e o Espírito Santo, no caso do segundo.
2) Um enchimento (At 2.4)
            a) Foi um derramamento (Jl 2.28-32)
            b) Foi um cair sobre (At 8.16; 10.44; 11.15)
            c) Foi um derramamento do dom (At 10.45)
            d) Foi uma vinda sobre (At 19.6)
3) Um dom (At 2.38; 10.45)
            a) Foi um recebimento de uma dádiva (Jl 2.38)
4) Um poder ou virtude (At 1.8)
Aplicação: É um revestimento e derramamento de poder do Alto, com a evidência física inicial de línguas estranhas, conforme o Espirito Santo concede, pela instrumentalidade do Senhor Jesus, para o ingresso do crente numa vida de mais profunda adoração e eficiente serviço para Deus (Lc 24.49; At 1.8; 10.46.1 Co 14.15,26) (GILBERTO, 191, 2008).

II – QUANDO OCORRE O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO E QUAL É A SUA EVIDÊNCIA?

            Segundo HORTON (1996), existem quatro possíveis posições quanto à distinção e as línguas como evidência.
1) Há os que pensam ser o batismo no Espírito Santo parte da experiência da conversão, sem qualquer evidência inicial, como o falar em outras línguas.
2) Há os que admitem o batismo no Espírito Santo como parte da experiência da conversão, sempre acompanhado pela evidência especial do falar em outras línguas.
3) Há os que acreditam que o batismo no Espírito Santo usualmente vem após a regeneração, mas a experiência nem sempre é acompanhada pelo falar em outras línguas.
4) Há os que defendem o batismo no Espírito Santo como uma experiência geralmente ocorrida após a regeneração e sempre acompanhada pela evidência especial do falar em outras línguas.
            Com base no livro de Atos, podemos destacar alguns aspectos esclarecedores quanto a essa questão. Podemos afirmar que o Batismo no Espírito Santo

1) É uma experiência subsequente a regeneração. A subsequência enfatiza o segmento posterior no tempo ou na ordem.
2) É uma experiência separada da regeneração. A separabilidade refere-se à dessemelhança quanto à natureza ou identidade.
3) É uma experiência distinta da regeneração, e portanto, da habitação do Espírito Santo. A qualidade distintiva mostra as diferenças de caráter ou propósito, ou de ambos.

III – QUAL O PRÓPOSITO DO BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO?

1) O propósito principal deste batismo é expresso nas palavras de Jesus: "Vós sereis minhas testemunhas" (At 1.8). O batismo no Espírito Santo habilita os crentes a testemunharem efetivamente de Cristo, inclusive nas circunstâncias mais difíceis e perigo­sas (At 4.31; At 4.33).

IV – OS RESULTADOS DO BATISMO COM O ESPIRITO.
Os resultados e efeitos desse glorioso batismo em nossa vida são muitos. Citaremos apenas alguns, haja vista as limitações de espaço desta obra.
1) Edificação espiritual pessoal, mediante o cultivo das línguas estranhas (I Co 14.4,15). Edificar, como está na Bíblia, não e exatamente o mesmo que construir. Paulo foi tão grandemente edificado na sua vida crista em geral e como obreiro, pelo muito que o Espirito operou nele mediante as línguas (I Co 14.18). Línguas não faladas em público, mas consigo e com Deus.
2) Maior dinamismo espiritual, mais disposição e maior coragem na vida crista para testemunhar de Cristo e proclamar o evangelho; para efetuar o trabalho do Senhor. Compare, nesse sentido, os discípulos de Jesus, antes e depois do batismo com o Espirito Santo, como foi o caso de Pedro — compare Marcos 14.66-72 com Atos 4.6-20.
3) Um maior desejo e resolução para orar e para interceder (At 2.42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26).
4) Uma maior glorificação do nome do Senhor “em espirito e em verdade” (Jo 4.24), nos atos e na vida do crente (Jo 16.13,14).
5) Uma maior consciência de que Deus e o nosso Pai celeste, e que nós somos seus filhos (Rm 8.15,16; G1 4.6).

6) O batismo é também um meio para a outorga por Deus, dos dons espirituais — “falavam línguas e profetizavam” (At 19.6).

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