quinta-feira, 4 de julho de 2013

A ALEGRIA DO AFETO


SÉRIE ELEMENTOS DA ALEGRIA
TEMA: A ALEGRIA DO AFETO
Ref. Fl 1.7-8
INTRODUÇÃO

Com esses versos a alegria de Paulo atinge o mais alto nível quando ele apresenta o quinto elemento da alegria, a alegria do Afeto. Não pode haver alegria maior ou mais emocionante do que a alegria produzida por uma profunda e permanente afeição genuína pelos outros.
I. UM CORAÇÃO DILATADO

A. SUAS CARACTERÍSTICAS
1. É justo. A palavra ‘É Justo’ vem do grego ‘Dikaios’ que indica mais do que mera conveniência. Ela expressa retidão moral e espiritual, não apenas pelo que é esperado, mas também pelo que é necessário. Ser justo diante dos homens e diante de Deus era desta forma que Paulo se expressava aos amados santos em Filipos.
2. É humilde. O seu senso de justiça e retidão moral o faz reconhecer que os irmãos filipenses são tudo aquilo que o apostolo disse anteriormente.
3. É equilibrado. Sentir é tradução da palavra grega ‘Phroneo’, que tem o significado básico de ter uma disposição mental particular ou atitude. Trata-se de um ato de inteligência e da vontade e às vezes é traduzida como "modo de pensar", como é relatada na versão King James.
4. É compassivo. Paulo está preocupado com a igreja de Filipos pelas investidas dos seus adversários.
5. É confiante. O amor inspira confiança. A intensidade do seu amor aumentou sua confiança. O objeto a que se dirige este forte senso de interesse e confiança é a segurança da igreja, a despeito dos assaltos assacados contra ela pelas forças hostis.
6. É abrangente. Paulo ama a todos de igual modo.
B. SUA PROFUNDIDADE
Isso reflete o profundo afeto pessoal de Paulo por eles. Eles se encontravam “no centro de suas emoções”, como se pudessem penetrar em sua própria alma. O relacionamento de Paulo com aquela igreja é caloroso e terno. Ele prende a todos num abraço apertado, cheio de afeição. De que maneira Paulo trazia-os no coração? Paulo os trazia no coração
1. Pela sua coparticipação na graça. Todos têm sua parte no dom comum da graça de Deus; são pessoas reunidas entre si porque têm uma dívida comum com a bondade e a graça divinas. Graça aqui, tem o significado de força de Deus tornada disponível para seu povo, em sua fraqueza e necessidade. Os filipenses deram provas de sua participação com Paulo na graça de Deus,
(a) Na obra do evangelho. Não só participam de um dom, mas também de uma tarefa que é a promoção do evangelho. Paulo usa duas palavras para expressar isso: fala da defesa e da confirmação do evangelho. 
(1) A defesa (apologia) do evangelho refere-se aos ataques que vêm de fora: os argumentos e os assaltos dos inimigos do cristianismo. O cristão deve estar disposto a ser um defensor da fé e a dar razões da esperança que possui. 
(2) A confirmação (bebaiosis) do evangelho consiste na edificação que se opera por sua força aos que estão dentro da Igreja. O cristão deve promover o evangelho, defendendo-o contra os ataques de seus inimigos, e edificando e fortificando a fé e a devoção dos amigos. 
(b) Nos sofrimentos pelo evangelho. Os filipenses tinham parte na prisão de Paulo. Onde quer que o cristão seja chamado a padecer pelo evangelho, deverá encontrar fortaleza e folga ao lembrar que não sofre sozinho, mas sim tem uma grande companhia de seguidores que em toda época, geração e país sofreram por Cristo antes que negar sua fé. 
(c) Os cristãos são partícipes com Cristo. No versículo 8 Paulo usa uma expressão muito gráfica: "Eu os amo com o íntimo amor de Jesus Cristo". 
C. SUA INTENSIDADE
1. Seu testemunho - Deus. Essa expressão deve ser reservada para os períodos de peculiar solenidade. Paulo à beira do martírio, não esperando para ver esses irmãos novamente até que ele deve encontrá-los no grande trono branco, leva o nome de Deus, não em vão, mas, na verdade, reverente, em seus lábios, e confirma o seu testemunho por sua juramento.
2. Seu caráter e força - "De como tenho saudade de todos vocês" 
a. Aprendemos com o fato de que ele chama Deus para testemunhar isso que, para entrar em comunhão com Deus, não é necessário banir seu irmão. A lei é que "aquele que ama a Deus, ame também a seu irmão".
b. A memória como o lugar privilegiado dos sentimentos mais ternos e constantes.
c. A palavra grega para saudade significa “anelar por”, “desejar algo fortemente”. A expressão significa que o seu próprio ser vital se estendia na direção deles, em grande e intenso amor. 
c. Extensão e a distribuição de sua afeição - "todos". Provavelmente eles não eram todos igualmente atraentes. A saudade era um enquanto queimava no coração de Paulo, mas era muito colorido como transmitido em uma congregação promíscua. A luz é a mesma para todos, mas torna-se vários quando cai sobre várias superfícies.
3. Sua fonte - "as entranhas" - a compaixão forte de Cristo. 
(1) Tradução literal entranhas (At 1.18, já citado).
(2) Uso figurativo:
a. O coração:
Lucas 1.78: “coração misericordioso.”
2 Coríntios 6.12: “em seus próprios corações.”
2 Coríntios 7.15: “e seu coração cresce mais e mais para com vocês.”
Colossenses 3.12: “coração compassivo.”
Filemom 7: “os corações dos santos têm sido reanimados por seu intermédio.”
Filemom 12: “meu próprio coração.”
Filemom 20: “reanime-me o coração.”
1 João 3.17: “... e fecha seu coração contra ele.”
b. Entranhável afeto, ternas misericórdias:
Filipenses 1.8: “o entranhado afeto (ou: as ternas misericórdias) de Cristo Jesus.”
Filipenses 2.1: “entranhado afeto (ou: ternas misericórdias) e compaixão.” 
1. Agora o próprio amor que brilhava no seio de Jesus foi comunicado ao discípulo. Não era um amor de mera natureza ou um carinho de festa. Paulo os ama com o próprio amor de Jesus Cristo.
2. Sua nova posição deu-lhe uma nova visão e novos afetos. Ele tinha ressuscitado com Cristo, nos lugares celestiais. Ele amava a todos, mas se alegrou nos irmãos com alegria indizível.
APLICAÇÃO
1. O amor não faz discriminação ou acepção de pessoas.
2. O amor é o termômetro da espiritualidade. O amor é um dos sinais que demonstra a nossa união com Cristo. Algo está seriamente errado em nossa espiritualidade, se temos um desejo muito fraco para estar com outros cristãos (Heb 10:24-25).
3. Amor, combinado com uma fé ativa, é a força central que penetra no mais íntimo da personalidade, dirige a vida, e vai para a frente, passo a passo para a sua perfeição.
4. Espera-se de todo cristão que esteja preparado para defender aquilo em que acredita (1Pe 3: 15). Infere-se que a mensagem do evangelho pode ser defendida com argumentos lógicos, provas através das Escrituras do Antigo e Novo Testamento. Muita munição existe para o cristão usar.
5. Uma igreja que ama seu líder está disposta a sofrer com ele, a orar por ele, a contribuir com a obra missionária – a ser coparticipante da graça com ele.


Bibliografia Consultada
Lopes, Hernandes Dias. Filipenses: a alegria triunfante no meio das provas. São Paulo: Hagnos, 2007.
Martin, Ralph P. Filipenses, introdução e comentário. São Paulo: Edições Vida Nova, 2011.
MacArthur, John. Philippians. CHICAGO: MOODY PRESS, 2001. (Edição eletrônica)
Bruce, F.F. Filipenses. São Paulo: Editora Vida, 1992.
Wiersbe, Warren W. Comentário Bíblico Expositivo: Novo Testamento (Vol. II). Santo André: Geográfica editora, 2006.
CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado versículo por Versículo (vol. V). São Paulo: Candeia, 1998.
Henry’s, Matthew. Comentário Bíblico do Novo Testamento: Atos a Apocalipse. Rio de Janeiro: CPAD, 2008.
Hendriksen, William. Efésios e Filipenses: Comentário do Novo Testamento. São Paulo:Editora Cultura Cristã, 1992.

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