Texto: Livro de
Provérbios
INTRODUÇÃO
Amigos e Vizinhos
A palavra mais comum para representar “amigo” (rea') também
significa “vizinho”; tem o sentido de “colega” e “companheiro”. Num extremo,
significa meramente “a outra pessoa”; no outro, representa alguém com quem
temos estreita comunhão. O contexto revelará o sentido preciso. Num momento, o rea' é um
oponente num processo jurídico (18:17); noutro, é aquele que “ama em todo
tempo” (17:17). O emprego do termo em Levítico 19:18 (“amarás teu rea‘ como
a ti mesmo”) sugere que Deus quer que invertamos o processo de
despersonificação que o emprego da palavra reflete. (Mesmo a palavra mais
forte, 'oheb, “aquele que ama”, pode ser rebaixada da sua posição alta em,
e.g. 18:24b e 27:6, para se referir aos sicofantas de 14:20.) Provérbios, do
outro lado, enfatiza que uns poucos amigos íntimos são melhores do que uma
multidão de conhecidos, e que formam um grupo destacado. (O relacionamento
entre nosso Senhor e o “discípulo amado” apoia este fato.) Portanto,
consideraremos em primeiro lugar o bom vizinho, e, em segundo lugar, o bom
amigo.
Amizade na
Pós-modernidade
Amizade online e off-line.
I.
O BOM AMIGO.
1. A constância é sua primeira
característica. Em Provérbios, amigos de tempos prósperos são muitos (e.g.
14:20; 19:4, 6, 7), “mas há amigo mais chegado do que um irmão” (18:24), e que
“ama em todo tempo” (17:17). Caso o leitor pense apenas no tipo de amizade que espera
receber, ele é conclamado a dar este tipo de lealdade (27:10), especialmente ao velho amigo
da família que pode facilmente ser deixado de lado na procura de novas
convivências, mas cuja lealdade venceria qualquer prova.
2. Franqueza. “Leais são as
feridas feitas pelo que ama” (27:6); porque “O homem que lisonjeia a seu
próximo, arma-lhe uma rede aos passos” (29:5). Davi evitou seu dever para com
Adonias, seu filho (“Jamais seu pai o contrariou, dizendo: Por que procedes
assim?” 1 Rs 1:6), e isto acabou causando a morte daquele filho. É, porém,
provável que quaisquer agradecimentos que um amigo receberá por tais serviços estejam
sujeitos a adiamentos: tem de se sujeitar a esperar até “depois” (28:23).
3. Conselho. Dois
ditados no capítulo 27 descrevem os dois lados do conselho: o efeito animador
do companheirismo (27:9, ver a nota; como quando Jônatas fortaleceu a confiança
de Davi no Senhor, 1 Sm 23:16), e a contenda sadia entre personalidades e
pontos de vista (27:17). Uma amizade verdadeira deve ter ambos os elementos, o
que consola e o que estimula.
4. Tato: o
respeito para com os sentimentos alheios; a recusa de tirar vantagem da afeição
de outrem. Os exemplos em Provérbios são de lapsos por demais familiares: ficar
hospedado por tanto tempo que se acaba o bom acolhimento (ou forçar alguém a
ficar em sua companhia), 25:17; ser jovial na hora errada, quando tal atitude
não é desejada (27:14) ou é até cruel (25:20); e não saber quando a brincadeira
já está indo longe demais (26:18,19).
II. AMIZADES PERIGOSAS.
A Bíblia nos alerta
especificamente sobre a associação próxima com, pelo menos, seis tipos de
pessoas.
Homens maus Pv
24.1-2;23.17;
Fofoqueiros 20.19;
Pessoas iracundas Pv
16.29; 22.24-25;
Glutões Pv 28.7;
23.20-21;
Ladrões Pv 29.24
Pessoas sexualmente
imorais Pv 6.24-29; Pv 7.4-5; 24-27;