terça-feira, 24 de junho de 2014

Mensagem: Carta à igreja de Esmirna

Pregador: Dr. Alderi Souza de Matos

Apocalipse 2.8-11
Introdução
Esta é a segunda carta às igrejas da Ásia, dirigida à rival de Éfeso. Esmirna (a moderna Izmir, na Turquia) era a mais bela das cidades da região, com 250 mil habitantes. A cidade tinha um clima agradável, bem ventilado; era cercada de bosques, onde se podia achar a árvore que produzia uma resina aromática, a mirra (significado da palavra grega “esmirna”).
Tinha localização estratégica em um porto protegido num braço do mar Egeu e apresentava grande atividade comercial. Havia sido reconstruída por Lisímaco em 200 a.C. como uma cidade planejada com ruas retas e largas, circundada por uma colina coberta de templos e edifícios imponentes – a “coroa de Esmirna”. Possuía intensa vida cultural: estádio, biblioteca, odeon, teatro.
A mensagem do Cristo glorificado ao “anjo” ou pastor da igreja de Esmirna tem dois aspectos. Ele se apresenta como “o primeiro e o último”, um título pertencente a Deus (Is 44.6; 48.12): “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos Exércitos: Eu sou o primeiro e eu sou o último, e além de mim não há Deus”. Em segundo lugar, ele diz que “esteve morto e tornou a viver”, o que aponta para sua obra redentora (ver 1.17-18).
I. A situação presente da igreja
A situação dos esmirnenses é descrita como sendo de tribulação, ou seja, pressão, esmagamento, opressão. É também uma situação de pobreza extrema, por causa da situação social dos cristãos ou em conseqüência da perseguição.
Todavia, sua pobreza material contrastava com sua riqueza espiritual: “Pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, se fez pobre por amor de vós, para que, pela sua pobreza, vos tornásseis ricos” (2Co 8.9).
Além disso, havia a oposição dos judeus, que constituíam uma numerosa e influente comunidade.  Certa vez os judeus ofereceram 10 mil denários para embelezar a cidade. Eles eram hostis à igreja, sendo os principais instigadores da perseguição. O juízo de Cristo é que eles eram blasfemos (Mt 12.24); falsos judeus; sinagoga de Satanás (ver 3.9). Recusaram-se a reconhecer Jesus como o seu Messias e o amaldiçoaram junto com seus seguidores.
II. O que ainda os aguarda
Eles iriam sofrer ainda mais; seriam lançados em prisão pelas autoridades, influenciadas por Satanás; sua fé seria provada, pois a prisão com frequência terminava em execução. Teriam tribulação de dez dias, o que significa um breve tempo ou tempo definido,
A perseguição podia ocorrer a qualquer momento, sob as conhecidas acusações de ateísmo, deslealdade ao império, etc. São conhecidos alguns personagens históricos martirizados ligados a essa cidade: Inácio de Antioquia, que escreveu uma carta aos esmirnenses, e Policarpo de Esmirna, martirizado em 23/02/155. Os judeus foram os primeiros a ajuntar lenha para o fogo, embora fosse um sábado.
III. Consolo e exortação
Cristo conhece a situação da igreja: está atento e solidário com eles. Eles não devem temer, porque o Senhor está com eles, porque sua firmeza será recompensada.
“Sê fiel até à morte” – verso mais conhecido da passagem. Significa “sê fiel, mesmo que a fidelidade resulte em morte”. Esmirna se orgulhava de sua lealdade a Roma há quase três séculos: em 195 a.C. foi erigido o primeiro templo à deusa Roma, e em 26 d.C., um templo ao imperador Tibério.
Duas promessas são feitas ao vencedor: (a) a “coroa da vida”, ou seja, a própria vida (“Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam” – Tg 1.12); (b) não experimentar a “segunda morte”.
Aplicações
Hoje não experimentamos opressão, pobreza, blasfêmia de judeus ou ameaça de prisão, e sim outras ameaças à nossa fé (frieza, desânimo, atração do mundo). No entanto, o imperativo da lealdade a Cristo continua sendo o mesmo.
Devemos ser solidários com os irmãos nossos que estão sofrendo pelo nome de Cristo ao redor do mundo.
Devemos reafirmar nossa confiança em Cristo: o primeiro e o último, o que foi morto e vive para sempre, o único em quem temos a vida eterna. Como disse o mártir Policarpo no 2º século: “Por 86 anos eu o tenho servido, e ele nunca me fez nenhum mal; como posso blasfemar contra o meu Rei que me salvou?”

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