sábado, 29 de março de 2014

PROCURANDO UM HOMEM, OU, O IDEAL DIVINO DE HOMEM


Dai para frente e para trás através das ruas de Jerusalém, e vede agora, e sabe, e busca em suas praças a ver se podeis achar um homem, se há alguém que faz justiça, que busque a verdade, e eu lhe perdoarei. Jeremias 5.1.

Introdução

A palavra hebraica aqui eesh traduzida por homem, é, segundo o Dr. Lee, "um homem da maior e melhor sorte", o que nos autoriza a fazer o que o próprio texto sugere - enfatizar a palavra homem. A família humana é muito grande e sempre se multiplicando, mas verdadeiros homens sempre foram raros. O profeta agora, quando a maré negra da depravação em Jerusalém estava em alta, foi orientado a fazer uma pesquisa rápida e sincera entre a população acerca de um homem, um verdadeiro homem. A passagem sugere três pensamentos sobre um homem:
I. A ideia divina do homem. 
Esta é dada em linguagem própria de Deus no texto. Um homem neste sentido, é alguém que "faz justiça, que busque a verdade”. Esta linguagem compreende todas virtudes, a excelência completa da personalidade. Trata-se de
(1) Um esforço sério para obedecer a vontade divina a medida em que é apreendida, e
(2) Um esforço sério para um maior conhecimento da vontade divina. Nessas duas coisas - recebendo novas ideias, a cada momento, da vontade divina, e traduzindo-as para a vida prática, como elas ocorrem - a perfeição moral de uma criatura consiste. Esta é a ideia divina de um homem, que envolve a ação harmoniosa do intelecto, do coração, e todos os poderes ativos. Quão diferente é o ideal divino de um homem prevalecente popularmente. Compare-o (1) Com o ideal do fisiculturista, que é a força; (2) com o ideal do secular, que é a riqueza, (3) com o ideal do intelectual, que é o conhecimento, (4) com o ideal do fútil, que é se mostrar. Em relação ao último, a juventude moderna do nosso país é uma ilustração dolorosa. Ela concebe que o cigarro, a bebida, as joias, o traje tem algo a ver em fazer um homem. Loucos! Não é a estrutura física, a força muscular, as realizações intelectuais, a opulência secular, nem o vestido esplêndido, que constituem um homem. A ideia divina do homem tem somente uma realização perfeita na terra, desde a queda, que é a vida de Cristo.
II. A raridade lamentável de um homem.
O profeta foi ordenado "a correr para lá e para cá pelas ruas de Jerusalém, e procurar pelas praças", a fim de encontrar um homem. A cidade neste momento não havia sido devastada pela guerra, nem tinha os seus habitantes, tanto quanto sabemos, sido abalados por qualquer circunstância ou catástrofe; suas ruas ressoavam com o piso de uma numerosa população, suas grandes praças estavam repletas daqueles que compravam e vendiam, mas em meio a essa multidão densa, encontrar um homem era um difícil trabalho. Um homem entre uma população repleta de animais humanos era um objeto raro! Este triste estado de coisas pode ser considerado em dois aspectos:
Em primeiro lugar, como uma triste revelação da condição moral de Jerusalém, nos dias do profeta. Parece que a reforma religiosa provocada por Josias tinha gasto todos os seus resultados benéficos, e que a idolatria e a corrupção geral se instalou e estava aumentando. Tal corrupção entre pessoas que tiveram esses privilégios religiosos, e no próprio cenário do Templo, mostra a maravilhosa paciência de Deus e a terrível perversidade do coração humano! Este triste estado de coisas também pode ser considerado,
Em segundo lugar, como o que representa também a verdade da condição de nossa própria época. A grande procura de um verdadeiro profeta agora em nosso país seria considerada pelos os homens - uma pesquisa não no espírito cínica de Diógenes, mas no espírito de amor de um profeta chorão. Onde, entre os milhões em suas vilas e cidades populosas você encontra, a qualquer medida, a ideia divina do homem atualizada? "Em verdade somos um povo caído. Animais mimados, larvas sórdidas, pedantes literários, pretendentes ocos, borboletas pintadas.
III. O valor social de um homem. "E eu vou perdoá-lo."
Por causa de um homem, Deus promete perdoar Jerusalém. O valor de um homem para a sociedade, é em toda a parte representado na Bíblia.
Em primeiro lugar. Um homem é uma condição em que Deus favorece a sociedade. Sodoma e Gomorra teriam sido poupadas se houvesse apenas dez justos. Pelo amor de Jó, o céu perdoou seus três amigos errantes. Jo 42.7. O princípio recebe a sua ilustração completa na mediação de Cristo.
Em segundo lugar. Um homem é um agente pelo qual Deus melhora a condição da sociedade. Sua lei é abençoar o homem pelo homem. Ele educa, emancipa, purifica, salva o homem pelo homem. Ele fez Moisés, o libertador de Israel, Elias "os carros de fogo e os cavalos" para seu país, Paulo o mensageiro de seu Evangelho aos pagãos, Lutero o libertador de sua religião. O verdadeiro homem é o único verdadeiro patriota, filantropo, pregador, pai. Não vos enganeis! Não é a proeza de suas frotas e de seus exércitos, não o gênio e a sabedoria de seus estadistas, e não o comércio de seus comerciantes, não as descobertas de seus sábios, não a incrível habilidade de seus artistas e engenheiros, nem mesmo a indústria de sua população, o que confere os maiores benefícios em seu país e sua raça, são as virtudes morais, as atividades de justiça, o espírito celeste, as devoções reverentes de um homem.
Conclusão

Irmão, aprenda com isso apreciar o objeto sublime da missão de Cristo para a nossa terra, porque ele veio ao mundo para remodelar os homens ao ideal divino. Foi para fazer verdadeiros homens. Foi para dar a criatura humana um "coração novo", um "espírito novo" para regenerar o caráter e transformar o homem segundo a imagem daquele que o criou. Numa palavra, para atualizar na casa dos milhões o ideal divino do homem. Trabalho abençoado! Ninguém, mas Cristo poderia realizá-lo. Ele o fez, e está fazendo isso. A indústria pode tornar o homem um milionário, a educação um soldado, um artista, um estadista, um sábio, mas só  Cristo pode fazer dele um homem.

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