Os dons
espirituais são uma dádiva de Deus à sua igreja. Dádivas do Pai (1Co 12.6),
dádivas do Filho (1Co 12.5) e dádivas do Espírito Santo (1Co 12.7). Os dons
espirituais são uma capacitação especial para o desempenho de um serviço ou
ministério. Não há nenhum membro do corpo de Cristo sem dons e nenhum membro do
corpo possui todos os dons. Os dons espirituais não são distribuídos pela
igreja, mas pelo Espírito Santo, conforme sua vontade e seus propósitos
soberanos (1Co 12.11). O apóstolo Paulo usou quatro verbos-chaves que ilustram
a soberania de Deus na distribuição dos dons espirituais. O Espírito Santo
distribui (1Co 12.11), Deus dispõe (1Co 12.18), Deus coordena (1Co 12.24) e
Deus estabelece (1Co 12.28). Do começo ao fim Deus está no controle. É Deus
quem estabelece o corpo e quem coloca cada membro do corpo e distribui cada dom
a cada pessoa conforme o seu propósito e soberana vontade. Do começo ao fim
Deus está no controle. É isso que Paulo ensina à igreja. O propósito dos dons,
portanto, não é para a exaltação de quem o exerce, mas para o serviço aos
demais membros do corpo e tudo para a glória de Deus.
Quando Paulo
fala da mutualidade do corpo, exorta a igreja sobre quatro questões
importantes:
Em
primeiro lugar, o perigo do complexo da inferioridade. Paulo
escreve: “Se disser o pé: porque não sou mão, não sou do corpo; nem por isso
deixa de ser do corpo. Se o ouvido disser: Porque não sou olho, não sou do
corpo; nem por isso deixa de o ser” (1Co 12.15,16). Quando alguém reclama de
não ter este ou aquele dom espiritual, está questionando a sabedoria de Deus.
Isso é questionar a unidade do corpo. Nenhum membro da igreja deve se comparar
nem se contrastar com outro membro da igreja. Você é único. Você é singular no
corpo. Deus colocou você no corpo como lhe aprouve.
Em
segundo lugar, o perigo do complexo de superioridade. O
apóstolo Paulo afirma: “Não podem os olhos dizer à mão: Não precisamos de ti;
nem ainda a cabeça, aos pés: Não preciso de vós. Pelo contrário, os membros do
corpo que parecem ser mais fracos são necessários” (1Co 12.21,22). A igreja de
Deus não tem espaço para disputa de prestígio. A igreja não é uma feira de
vaidades. Nenhum membro da igreja pode envaidecer-se pelos dons que recebeu,
pois tudo que temos, recebemos de Deus e ninguém pode vangloriar-se por aquilo
que recebeu (1Co 4.7).
Em
terceiro lugar, a necessidade da mútua cooperação. Paulo ainda
prossegue em seu argumento: “Para que não haja divisão no corpo; pelo
contrário, cooperem os membros, com igual cuidado, em favor uns dos outros”
(1Co 12.25). A igreja é como uma família. Na igreja cada um está buscando meios
e formas de cooperar, de ajudar, de abençoar, de enlevar, de edificar a todos.
O propósito do dom é para que não haja divisão no corpo. Você não está
competindo nem disputando com ninguém na igreja, mas cooperando.
Em quarto
lugar, a necessidade de empatia na alegria e na tristeza. Paulo
escreve: “De maneira que, se um membro sofre, todos sofrem com ele; e, se um
deles é honrado, com ele todos se regozijam” (1 Co 12.26). A psicologia revela
que é mais fácil chorar com os que choram do que se alegrar com os que se
alegram. São poucas as pessoas que têm a capacidade de celebrar a vitória do
outro. Precisamos aprender a ter empatia, a sofrer com os que sofrem e a nos
alegrarmos com os que se alegram. Não estamos num campeonato dentro da igreja
disputando quem é o mais talentoso, o mais dotado, o mais espiritual. Somos uma
família, somos um corpo. Devemos celebrar as vitórias uns dos outros e chorar
as tristezas uns dos outros.
Rev.
Hernandes Dias Lopes
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