terça-feira, 26 de abril de 2016

Samuel apareceu a Saul? A pitonisa era "médium"?

Duas perguntas se destacam no controvertido episódio da Pitonisa de En-Dor, descrito em 1 Sm 8.19-20): 1. Samuel realmente apareceu a Saul? 2. Existe uma explicação bíblica para a mediunidade?

Os seguintes pontos são básicos para um entendimento sobre o assunto:

1. At 16.16 e Dt 13 são passagens que mostram que a Bíblia reconhece que Satanás utiliza pessoas com esse propósito de "intermediar" o oculto.

2. No entanto, esse meio de suposta “aquisição de conhecimento espiritual” é vedado por Deus (Dt 18.9-14). Em Dt 13.2-5 maior importância é dada à revelação prévia recebida (v. 4), como meio de comunicação de Deus ao homem, do que aos fenômenos e maravilhas porventura realizadas por agluém. A revelação escriturada (a Palavra de Deus) é a fonte confiável e está em harmonia com essa diretriz. Ela é o conjunto de revelação dada por Deus às pessoas

3. Is 8.19-20 mostra que o caminho certo de se prescrutar a vontade de Deus é a consulta à Palavra de Deus ("à Lei e ao Testemunho"), e não aos médiuns e advinhos.

4. Temos várias condenações adicionais a consultas aos médiuns, em Lv 19.31; Ex 22.18 e Lv 20.6.

5. No episódio da Pitonisa de En-Dor, pode ter existido uma manifestação de Satanás (2 Co 11.14), como pode ter havido um embuste da parte daquela que se propunha a invocar os mortos. Nesse sentido, leia com atenção 1 Sm 28.14: “... entendendo Saul que era Samuel...” No v. 13, a mulher disse “... vejo um deus que sobe da terra...”

6. Mesmo havendo a possibilidade dessa mulher ter sido enganada, ou de ter enganado a Saul, tudo ocorreu dentro da esfera de atuação de Satanás.

7. Não devemos ser indevidamente céticos, ou pseudo-racionais, afirmando que esses fenômenos não existem, pois tal posição não é bíblica, mas devemos ter a consciência de que fraudes existem com freqüência.

8. É improvável que a aparição fosse realmente de Samuel, servo de Deus, pela própria afirmação de que o espírito “subiu da terra...” e pela afirmação de Cristo, na parábola do Rico e Lázaro (Lc 16.26), de que os que com Deus estão não podem passar “... de lá para cá...”

Solano Portela - texto contido no quadro ilustrativo do Terceiro Mandamento, no meu livro, "A Lei de Deus Hoje".

Exalte a Deus por sua graciosa salvação

O apóstolo Pedro, no preâmbulo de sua primeira epístola, exalta a Deus pela salvação: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos” (1Pe 1.3). Duas verdades são destacadas no texto em tela:

1. A fonte da salvação (1Pe 1.3). Num tempo de extrema perseguição, sofrimento e dor, Pedro inicia a sua carta com uma doxologia. Não começa com o homem, começa com Deus. Não inicia com as necessidades humanas, mas com os louvores que Deus merece. Aqui Pedro mostra a fonte da salvação: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que segundo a sua muita misericórdia…”. Pedro começa louvando a Deus por sua salvação. A salvação é uma obra exclusiva de Deus. Ele deve ser exaltado por tão grande salvação. Seu nome deve ser magnificado por presente tão auspicioso.

Antes de apresentarmos nossas dores, nossas lutas, nossas lágrimas, nossas perdas neste mundo, devemos levantar os olhos ao céu e exaltar aquele que nos amou, escolheu e providenciou todas as coisas para a nossa salvação. Quando exaltamos a Deus por quem ele é e pelo que ele tem feito por nós, sentimo-nos mais fortalecidos para enfrentarmos nossas lutas leves e momentâneas.

2. A natureza da salvação (1Pe 1.3). Pedro faz uma transição da fonte da salvação para a sua natureza, mostrando que o plano estabelecido na eternidade, concretiza-se no tempo. Aquilo que foi planejado no céu realiza-se na terra. Duas verdades preciosas são aqui destacadas:

A regeneração (1Pe 1.3). “… nos regenerou…”. A regeneração é uma obra do Espírito Santo em nós. Ele muda nossas disposições íntimas, dando-nos um novo coração, uma nova mente, uma nova vida. Nascemos da semente incorruptível. Temos não somente um novo status (justificação), mas também uma nova vida (regeneração). Tornamo-nos filhos de Deus, membros de sua família. O crente renasce para dentro de uma nova família (Ef 2.19), passando a estar para com Deus numa relação de filho (Jo 1.12) e para com Jesus, de irmão (Rm 8.29).

A viva esperança (1Pe 1.3). “… para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos”. O apóstolo Paulo descreve o mundo pagão como um mundo sem esperança (Ef 2.12). Sófocles escreveu: “Não nascer é, inquestionavelmente, a maior felicidade. A segunda maior felicidade é tão logo nascer, retornar ao lugar de onde se veio”. O Cristianismo, porém, é a religião da esperança. Não caminhamos para um futuro desconhecido; marchamos para uma glória eterna. A regeneração nos leva a uma viva esperança. Somos regenerados para uma qualidade superlativa de vida. Somos regenerados para a esperança e essa esperança tem duas características: Primeiro, ela é viva. Segundo, ela é segura, pois está fundamentada na ressurreição de Jesus Cristo. Nossa esperança não é vaga e incerta, mas definida e segura. Sem a ressurreição de Cristo, nossa regeneração não seria possível e nossa esperança não faria nenhum sentido.

Você já pôs sua confiança em Cristo e já recebeu dele o dom da vida eterna? Tem exaltado a Deus por tão grande salvação? Você tem se deleitado nele e vivido de modo digno dessa gloriosa vocação? Nem toda a eternidade será suficiente para nos alegrarmos em Deus e agradecermos a ele, pois estávamos perdidos e fomos achados, estávamos mortos e recebemos vida!

Rev. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 18 de abril de 2016

A comunhão é necessária para a evangelização


A comunhão e a evangelização estão intimamente conectadas. A evangelização sem a comunhão é como uma sala de obstetrícia, onde os bebês recém-nascidos são abandonados à sua própria sorte. A comunhão precede a evangelização. Somente uma igreja saudável evangeliza com eficácia. O Livro de Atos dos apóstolos faz referência à comunhão dos crentes antes do Pentecostes, como estavam juntos e unânimes em oração (At 1.14). Também fala do profundo relacionamento de comunhão desfrutado pelos novos convertidos, logo que foram agregados à igreja (At 2.42-47). A igreja primitiva cresceu para cima, para dentro e para fora. Cresceu para cima em adoração, para dentro em comunhão e para fora em evangelização.

O Salmo 133 aborda três verdades importantes sobre o assunto em tela. Ei-los:

1. A comunhão é agradável. O salmista diz: “Oh quão bom e agradável é viverem unidos os irmãos” (Sl 133.1). A comunhão é algo belo e agradável aos olhos de Deus. A comunhão fortalece os relacionamentos fraternais e abre portas para novos contatos evangelísticos. A amizade é um poderoso instrumento evangelístico. Um indivíduo normalmente só permanece numa igreja onde constrói relacionamentos significativos de amizade. Sem comunhão, a evangelização perde seu vigor. Jesus foi enfático na Grande Comissão ao afirmar que os novos convertidos precisam ser integrados na igreja e essa integração passa pela comunhão (Mt 28.18-20).

2. A comunhão é terapêutica. O salmista comparou a comunhão fraternal ao óleo (Sl 133.2) e ao orvalho (Sl 133.3). O óleo tem um simbolismo muito rico tanto no Antigo como no Novo Testamento. Sua utilidade era tríplice: era usado como cosmético, como remédio e como um símbolo espiritual. A comunhão fraternal traz beleza aos relacionamentos, alívio na dor, além de ser símbolo da cura espiritual. A comunhão é a expressão visível da ação do Espírito derramando o amor de Deus no coração dos crentes. O orvalho é outra figura importante usada pelo salmista. O orvalho tem várias características: ele cai frequentemente. Sua ação é contínua. Assim deve ser a união fraternal. Ainda, o orvalho cai silenciosamente. Diferente da chuva, ele não é precedido pelos relâmpagos luzidios nem pelo estrondo dos trovões. Ele cai sem alarde. Assim é a comunhão fraternal. Ela age de forma terapêutica sem fazer barulho. Também, o orvalho cai durante a noite, ou seja, nas horas mais escuras da vida. É quando atravessamos os vales escuros da dor que a ação benfazeja da amizade desce sobre nossa vida como o orvalho restaurador. O orvalho sempre traz renovo e refrigério depois de um dia de calor escaldante. A comunhão fraternal tem o poder de refrigerar a alma e renovar o ânimo depois das duras provas e do calor sufocante que normalmente nos atinge nas jornadas da vida. O orvalho, finalmente, se espalha para horizontes longínquos. O orvalho que desce do Monte Hermon atinge também o Monte Sião. O Hermon fica no extremo norte de Israel e o Monte Sião está situado na cidade de Jerusalém, há mais de duzentos quilômetros ao sul. Assim é o poder da amizade. Ela cai sobre uma pessoa aqui e abençoa outras pessoas em lugares longínquos.

3. A comunhão é abençoadora. O salmista diz: “Ali ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre” (Sl 133.3). Não há evangelização poderosa sem a bênção de Deus. Evangelização eficaz é uma operação soberana do Espírito Santo abrindo o coração do homem, dando-lhe o arrependimento para a vida e a fé salvadora. Quando a igreja vive em comunhão, ali Deus ordena vida. A evangelização é o instrumento mediante o qual as pessoas ouvem o evangelho, nascem de novo e recebem vida em Cristo. Deus mesmo é quem ordena a vida onde a comunhão existe. Só Deus pode abrir o coração, dar o arrependimento para a vida e outorgar a fé salvadora. Só Deus justifica o pecador e o sela com o Espírito Santo da promessa. É Deus quem opera no homem tanto o querer como o realizar. Tudo provem de Deus! E é ele mesmo quem estabelece as condições para uma evangelização poderosa e eficaz: É preciso preparar o terreno. É preciso cultivar relacionamentos de comunhão fraternal, pois é nesse ambiente regado pelo amor, que Deus ordena sua bênção e a vida para sempre.

Rev. Hernandes Dias Lopes

terça-feira, 5 de abril de 2016

O evangelho, a boa nova do céu à terra

O evangelho é a maior e a melhor notícia que o mundo já ouviu. É a mensagem da salvação em Cristo Jesus. O evangelho é chamado nas Escrituras de diferentes formas. Abordaremos, aqui, três dessas formas.

1. O evangelho do reino (Mt 4.23). “Percorria Jesus toda a Galileia, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”. Na agenda de Jesus, três atividades foram destacadas. Primeiro, Jesus ensinou nas sinagogas. Este lugar era o centro dos encontros dos judeus e gentios piedosos para orarem e estudarem a lei de Deus. Ali Jesus entrava para ensinar o evangelho do reino. Segundo, Jesus pregou o evangelho do reino. Pregou no campo e na cidade, no templo e nas sinagogas, nas ruas e nos lares. Jesus não pregou a corrente de pensamento dos rabinos de seu tempo nem sobre as expectativas messiânicas do povo, mas pregou o evangelho do reino. Terceiro, Jesus curou toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo. Jesus ensinava, pregava e curava. Atendia as necessidades do corpo e da alma. Tratava do homem no sentido pleno, aliviando suas dores, curando suas doenças e oferecendo-lhe sua graça salvadora. Assim como o evangelho do reino teve prioridade na agenda de Jesus, a igreja, também, deve comprometer-se a pregar este evangelho.

2. O evangelho da paz (At 10.36). “Esta é a palavra que Deus enviou aos filhos de Israel, anunciando-lhes o evangelho da paz, por meio de Jesus Cristo. Este é o Senhor de todos”. O evangelho do reino é também o evangelho da paz. Por meio dele, judeus e gentios formam um só povo. O evangelho não faz distinção entre judeus e gentios, ricos e pobres, doutores e analfabetos. É endereçado a todos os homens, de todos os estratos sociais, de todos os estofos culturais, de todas as classes políticas. É o evangelho da paz, pois onde ele é proclamado, aí os homens são reconciliados com Deus e com o próximo. Onde o evangelho da paz é crido, cessam as guerras e conflitos dentro dos homens e entre os homens. Onde o evangelho da paz entra, ele produz paz com Deus, pois por meio de Cristo, todo aquele que crê, é reconciliado com Deus e feito filho de Deus. O evangelho da paz não é outro evangelho distinto do evangelho do reino; é o mesmo evangelho anunciado por meio de Jesus Cristo, o Senhor de todos. À parte de Cristo não existe boas novas aos homens. Jesus Cristo é a própria essência do evangelho. Ele é o conteúdo do evangelho. O evangelho não é apenas uma coletânea de doutrinas; é, sobretudo, uma pessoa. É Jesus, o Senhor de todos.

3. O evangelho da promessa (At 13.32). “Nós vos anunciamos o evangelho da promessa feita a nossos pais”. O evangelho do reino é, também, chamado de evangelho da paz e evangelho da promessa. O evangelho não começou quando Jesus veio ao mundo. Ele foi prometido desde a eternidade. Foi proclamado por Deus no jardim do Éden. Ele foi preanunciado pelos patriarcas nas priscas eras. Foi proclamado altissonantemente pelos profetas. Há, aqui, uma estreita conexão entre a antiga aliança e a nova aliança. Os que viveram antes de Cristo, olharam para frente, para o Messias que havia de vir; nós que vivemos depois de Cristo, olhamos para trás, para o Messias que já veio. O Cristo da profecia é o Jesus histórico. Nossos pais creram no Cristo da promessa; nós cremos no Jesus da história. Jesus é o grande elo que liga os dois testamentos. Ele é o conteúdo e a essência de ambos. Só existe um evangelho desde o início até o fim da história. Este é o evangelho do reino, o evangelho da paz, o evangelho da promessa, o evangelho da nossa salvação. A salvação foi planejada na eternidade e executada no tempo. Deus nunca mudou seu método de salvar o homem. Sempre foi, em todos os tempos, em todos os lugares, e para todos os homens, o mesmo método. O homem é salvo por Cristo, por meio do evangelho, o evangelho do reino, o evangelho da paz, o evangelho da promessa!

Rev. Hernandes Dias Lopes

COMO ERAM AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO?

O Evangelho de João relata uma passagem da vida de Jesus que leva algumas pessoas a entender que o Espírito Santo não agia entre o povo d...