segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

O culto que agrada a Deus



O evangelista João, registra o episódio do encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço de Jacó. Nesse encontro, a mulher samaritana perguntou a Jesus onde adorar. Jesus respondeu que não é onde, mas como e a quem adorar. A verdadeira adoração a Deus é em espírito e em verdade. É de todo o coração e também prescrita pela palavra de Deus. A verdadeira adoração é um dos temas centrais das Escrituras. A veneração de imagens de escultura é uma abominação para Deus, pois Deus é plenamente espiritual em sua essência. Quando Jesus diz que Deus é Espírito significa que Deus é invisível, intangível e divino em oposição a humano. É desconhecido para os seres humanos a menos que ele decida se revelar (Jo 1.18). Da mesma forma que Deus é luz (1Jo 1.5) e Deus é amor (1Jo 4.8), também Deus é Espírito (Jo 4.24). Esses são elementos na forma em que Deus se apresenta aos seres humanos, em sua bondosa auto-revelação em seu Filho. Deus escolheu se revelar, quando o Verbo se fez carne. Quem vê a Jesus, vê o próprio Pai. O culto prestado a outros deuses é uma ofensa a Deus, pois Deus é um só e não há outro. A adoração a Deus, entrementes, não pode ser do nosso modo nem ao nosso gosto, pois Deus mesmo estabeleceu critérios claros como exige ser adorado.

Jesus orienta a mulher samaritana que não é de volta ao Judaísmo que os samaritanos devem ser convertidos nem é para Jerusalém que devem fazer peregrinações para adorar. Em Jerusalém Jesus também não achou “adoradores verdadeiros”. Ali eles haviam transformado a casa de seu Pai numa casa de comércio. Os verdadeiros adoradores não podem ser identificados por sua ligação a um santuário particular. Os adoradores verdadeiros são aqueles que adoram o Pai em espírito e em verdade.

A adoração falsa é abominação para Deus e a adoração hipócrita enfrenta o desgosto de Deus. O profeta Isaías já havia demonstrado o desgosto divino, quando disse que o povo de Israel honrava a Deus com os lábios, mas seu coração estava distante de Deus (Is 29.13). Amós, nessa mesma linha foi contundente, quando em nome de Deus, escreveu: “Aborreço e desprezo as vossas festas e com as vossas assembleias solenes não tenho nenhum prazer. Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos, porque não ouvirei as melodias das tuas liras” (Am 5.21,23).

Jesus diz para a mulher samaritana o que adoração não é. Primeiro, não é adoração centrada em lugares sagrados (Jo 4.20). Não é neste monte nem naquele. Não existe lugar mais sagrado que outro. Não é o lugar que autentica a adoração, mas a atitude do adorador. Segundo, não é adoração sem entendimento (Jo 4.22). Os samaritanos adoravam o que não conheciam. Havia uma liturgia desprovida de entendimento. Havia um ritual vazio de compreensão. Terceiro, não é adoração descentralizada da pessoa de Cristo (Jo 4.25,26). Os samaritanos adoravam, mas não conheciam o Messias. Cristo não era o centro do seu culto. Nossa adoração será vazia se Cristo não for o seu centro.

Jesus, também, diz para a mulher samaritana o que a adoração é: Primeiro, a adoração precisa ser bíblica (Jo 4.24). O nosso culto é bíblico ou é anátema. Deus não se impressiona com pompa; ele busca a verdade no íntimo. Segundo, a adoração precisa ser sincera (Jo 4.24). A adoração precisa ser em espírito, ou seja, de todo o coração. Precisa ter fervor. Não é um culto frio, árido, seco, sem vida.

Deus deve ser o nosso maior deleite e o culto a Deus deve ser a razão principal da nossa vida!

Rev. Hernandes Dias Lopes

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Por que a idolatria é tão ofensiva a Deus e tão perigosa aos homens?

“… nada sabem os que carregam o lenho das suas imagens de escultura e fazem súplicas a um deus que não pode salvar.” (Is 45.20)

O segundo mandamento da lei de Deus é peremptoriamente contra a idolatria: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque eu sou o Senhor, teu Deus, Deus zeloso…” (Ex 20.4,5). A proibição divina está relacionada à fabricação e à adoração de imagens. Deus aborrece aquele que fabrica os ídolos e considera coisa sem nenhum valor os ídolos fabricados: “Todos os artífices de imagens de escultura são nada, e as suas coisas preferidas são de nenhum préstimo” (Is 44.9a).

O próprio artífice sabe que o ídolo que ele forja não tem vida, pois nada vê nem nada entende (Is 44.9b). Na linguagem do profeta Isaías, se aquele que fabrica a imagem é um homem frágil e mortal, o que poderia se dizer de sua criação? A criatura nunca pode ser maior do que o criador. A imagem de escultura é impotente, é fabricada por um homem impotente e nada pode fazer pelas pessoas a não ser confundi-las e envergonhá-las (Is 44.10,11).

O profeta Isaías descreve a obra do ferreiro e do carpinteiro que trabalha o aço e a madeira respectivamente com o propósito de fabricar um ídolo (Is 44.12-14). Em ambas atividades, o homem é o artífice, o mentor e o criador da imagem. Em ambos os casos, a imagem fabricada parece um ser humano, mas é um pedaço de madeira ou de aço, sem vida e sem qualquer poder.

A idolatria tira o entendimento do homem, pois esse artífice, pega parte da madeira para queimar no forno, a fim de fazer sua refeição e a outra parte da madeira, ele trabalha cuidadosamente para fabricar um ídolo. Depois, este mesmo artífice se prostra diante da sua própria criatura, adora-a, faz a ela suas súplicas e diz: “tu és o meu deus” (Is 44.15-17).

O que aconteceu com essas pessoas que se prostram diante dos ídolos? Perderam o discernimento espiritual! Os olhos de seu entendimento foram grudados para que não vejam e o seu coração foi endurecido para que não perceba (Is 44.18). Essas pessoas perderam a capacidade de reflexão, pois deixaram de compreender que o material que usaram para fabricar o ídolo é tão perecível como o material que usaram para queimar no forno (Is 44.19). Se o fabricante da imagem ou seus adoradores tivessem um mínimo de entendimento jamais se prostrariam diante de uma imagem de escultura feita de madeira, de aço ou de pedra, forjados pela própria imaginação humana (Is 44.20).

A idolatria cega o entendimento das pessoas e as anestesia espiritualmente. Por isso, os idólatras se apascentam de cinza. A idolatria engana e ilude o coração das pessoas, pois passam a confiar naquilo que não pode livrá-las (Is 44.21). Mas por que a idolatria engana, se o ídolo é nada? Por que a idolatria é tão perigosa se o ídolo tem boca, mas não fala; tem olhos, mas não vê; tem mãos, mas não apalpa; tem pés, mas não anda? O apóstolo Paulo responde a essa pergunta, dizendo que inobstante o ídolo ser nada, o que está por trás dele são os demônios (1Co 10.19,20).

A idolatria é uma corrupção do ser divino, pois Deus é espírito; e também, uma corrupção do culto divino, pois o culto a Deus deve ser em espírito e em verdade (Jo 4.23,24). Aqueles que pensam estar agradando a Deus, venerando ou adorando uma imagem de escultura, pensando com isso, estar adorando ao próprio Deus estão absolutamente enganados. Aqueles que imaginam que podem se prostrar diante de imagens de santos, imaginando que estes podem ser mediadores entre eles e Deus, ofendem a seu Filho, que é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). Aqueles que recorrem a práticas idólatras para adorar a Deus à revelia do ensino das Escrituras precisam saber que Deus abomina a idolatria e sua palavra nos exorta a fugir dos ídolos (1Jo 5.21). O Deus único e verdadeiro estabeleceu o modo como devemos adorá-lo. Ele não busca adoração; ele procura adoradores que o adorem em espírito e em verdade!

Rev. Hernandes Dias Lopes

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Razões para glorificarmos a Deus


“Porque dele, por meio dele, e para ele são todas as coisas; a ele, pois, glória pelo século dos séculos.” (Rm 11.36)


Os eruditos afirmam, e com razão, que a carta de Paulo aos Romanos é a cordilheira do Himalaia de toda a revelação bíblica. Aqui Paulo chegou à cumeeira, ao ponto culminante das Escrituras. Num texto de irretocável beleza e profundidade, o apóstolo dos gentios traça a nossa trajetória das profundezas da decadência moral às culminâncias da nossa redenção. Depois de destacar que toda a obra da redenção foi planejada soberanamente por Deus e realizada eficazmente por ele, encerra a primeira parte da epístola (capítulos 1-11) numa doxologia, onde desabotoa sua voz em torrentes de exaltação a Deus. Três verdades são destacadas.

1. Deus deve ser glorificado porque ele é o idealizador da nossa salvação (Rm 11.36a). “Por que dele…”. Nossa redenção não começa no tempo, mas na eternidade; não começa na terra, mas no céu; não começa com o homem, mas com Deus. Ele planejou a nossa salvação, e isso desde os tempos eternos. Tudo provém dele, pois ele é a fonte e a origem da nossa salvação. Tudo provém de Deus, pois nos amou com amor eterno e nos atraiu para si com cordas de amor. Ele é idealizador da nossa redenção, pois nos escolheu em Cristo, antes da fundação do mundo. O evangelho não é um caminho aberto da terra para o céu; é o caminho aberto do céu para a terra. O evangelho não é uma tentativa do homem encontrar Deus; é a decisão de Deus buscar o homem perdido. Todas as religiões do mundo são um esforço humano para agradar a Deus através de obras, ritos e sacrifícios; mas o Cristianismo é Deus tomando a iniciativa de reconciliar o homem consigo mesmo por intermédio de Cristo.

2. Deus deve ser glorificado porque ele é o executor da nossa salvação (Rm 11.36b). “… e por meio dele…”. Deus não apenas planejou nossa salvação na eternidade, mas a executou na história. Para tornar eficaz seu plano eterno, o Verbo divino, Deus de Deus, luz de luz, fez-se carne e habitou entre os homens. O unigênito do Pai, da mesma essência do Pai, esvaziou-se e assumiu a forma humana. Sendo Deus, se fez homem; sendo exaltado pelos anjos, se fez servo; sendo imaculado, se fez pecado; sendo bendito se fez maldição; sendo rico se fez pobre; sendo o autor da vida, morreu pelos nossos pecados. O homem não poderia ser o agente de sua própria salvação. Não poderia apagar as manchas de seus próprios pecados. Não poderia voltar-se para Deus por si mesmo. O homem está perdido, cego, surdo, endurecido e morto nos seus pecados. Deixado à sua própria sorte, caber-lhe-ia apenas uma condenação inexorável. Por isso, Deus sendo rico em misericórdia, amou eternamente os objetos de sua ira a ponto de dar seu Filho unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna. O Filho de Deus, veio ao mundo para ser nosso fiador e substituto. Deus lançou sobre ele a iniquidade de todos nós. Ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelos nossos pecados. O castigo que nos traz a paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados. Ele levou sobre o seu corpo, no madeiro, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados, pagou a nossa dívida e nos reconciliou com Deus. Jesus é o novo e vivo caminho que nos conduz ao Pai.

3. Deus deve ser glorificado porque o louvor de sua glória é o propósito da nossa salvação (Rm 11.36c). “… e para ele são todas as coisas; a ele, pois, glória pelo século dos séculos”. A salvação não é uma medalha de honra ao mérito que ostentamos no campeonato da vida. Não é um troféu que levantamos no pódio da exaltação humana. Nossa salvação foi planejada, executada e consumada por Deus para que todos os remidos sejam apresentados, nos séculos vindouros, como troféus de sua graça, a fim de que Deus receba a glória pelos séculos dos séculos. Se o fim principal do homem é glorificar a Deus, o fim principal de Deus é glorificar a si mesmo, pois não existe nenhum outro propósito mais elevado e santo do que a própria exaltação de Deus, aquele que é o início, o meio e o fim de todas as coisas. Por toda a eternidade, os remidos se desdobrarão em louvor e adoração a Deus por tão grande salvação e nem mesmo assim poderão esgotar esse tributo de gratidão!

Rev. Hernandes Dias Lopes

COMO ERAM AS MANIFESTAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO NO ANTIGO E NO NOVO TESTAMENTO?

O Evangelho de João relata uma passagem da vida de Jesus que leva algumas pessoas a entender que o Espírito Santo não agia entre o povo d...